Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) recuou e o dólar (USDBRL) subiu pelo segundo dia seguido, voltando a ser negociado no patamar de R$ 4,70, seguindo a disparada dos rendimentos dos Treasuries e valorização internacional do dólar antes da divulgação da ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve.
O rendimento dos Treasuries de 10 anos superam os 2,65%, de volta à faixa negociada em 2018 e 2019, com a expectativa de aperto monetário mais agressivo pelo Fed depois que a governadora Lael Brainard disse que o banco central americano pode reduzir o balanço patrimonial de forma mais rápida já em maio.
No Brasil, a moeda americana chegou a ser negociada a R$ 4,715, com alta de 1,4% pela manhã, antes de reduzir o ritmo de valorização. A Bolsa seguiu o movimento de Wall Street, com perdas acentuadas particularmente na Nasdaq e nas ações de tecnologia, segmentos mais sensíveis ao aperto momentário.
- O dólar tinha alta de 0,96%, cotado a R$ 4,694, perto das 13h30;
- O Ibovespa recuava 0,6%, marcando 118.079 mil pontos;
- O índice Dow Jones (INDU) recuava 0,7% e o S&P 500 (SPX) tinha baixa de 1,4%; o Nasdaq 100 (NDX) tinha perda de 2,6%;
A expectativa é de que o Fed realize o aperto monetário mais acentuado em quase três décadas, dada a forte alta da inflação e valorização das commodities. Ontem, Lael Brainard afirmou que o banco central americano elevará os juros de forma constante e que reduzirá o balanço patrimonial em ritmo acelerado a partir de maio. A fala mais dura da dirigente contrariou o esperado pelo mercado financeiro, que previa uma redução do balanço patrimonial do Fed para um pouco mais adiante.
Os investidores temem que um banco central mais restritivo possa inibir o crescimento da economia americana, conduzindo-a até mesmo a uma recessão.
Também contribuía para o sentimento de maior aversão ao risco nesta quarta as novas sanções à Rússia, após alegações de assassinatos de civis em cidades ucranianas agora recapturadas das forças russas. Até o momento, comenta-se a intenção da União Europeia de proibir a importação de carvão mineral russo.
Por aqui, as atenções recaem sobre o noticiário corporativo e sobre a Petrobras (PETR3; PETR4). Segundo um empresário ouvido pela Bloomberg Línea sob a condição de não ser identificado, o nome de Caio Paes de Andrade, cotado para presidir a estatal, sofre oposição de lideranças do setor de óleo e gás.
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