BlackRock lidera movimento de investidores em ESG que pedem mais dados

Mesmo pressionando empresas, dados não são detalhados o suficiente para permitir análises confiáveis

Segundo ela, muitas vezes, fica “difícil tomar decisões se você não tiver esses dados”
Por Matthew Burgess
06 de Abril, 2022 | 01:49 PM

Bloomberg — Se você quer que os investidores tornem o mundo um lugar melhor, forneça dados melhores.

Esse é o apelo de gestoras gigantes como BlackRock (BLK) e a Aware Super da Austrália, que dizem que precisam de dados muito mais ricos e detalhados sobre tudo, desde etnia da equipe até exposição às mudanças climáticas, a fim de examinar melhor os fatores ambientais, sociais e de governança dentro de empresas.

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Em uma reunião de investidores em Sydney nesta quarta-feira (6), Iris Davila, da BlackRock, disse que busca maior transparência nas informações sobre os funcionários de empresas, desde gerentes seniores até funcionários de baixo escalão. A chefe da equipe de gestão da empresa na Austrália disse que geralmente faltam dados, como etnia de funcionários, em muitas regiões do mundo, apesar de serem bons nos Estados Unidos.

“É muito difícil de encontrar”, disse Davila na conferência da Responsible Investment Association Australasia. Muitas vezes, fica “difícil tomar decisões se você não tiver esses dados.”

A gestora de cerca de US$ 10 trilhões está entre os grandes investidores que há vários anos pressionam empresas com conselhos que carecem de diversidade. Embora isso tenha contribuído para uma mudança, faltam dados sobre os escalões mais baixos de empresas para melhorar a equidade racial e entender mais sobre grupos menos representados, disse ela.

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Padrão global

Para Liza McDonald, da Aware Super, um dos maiores fundos de pensão da Austrália, é importante que mais empresas e gestores de recursos divulguem relatórios relacionados ao clima que atendam ao padrão de referência global descrito na Força-Tarefa sobre Divulgações Financeiras Relacionadas ao Clima.

McDonald, que é chefe de investimento responsável da Aware, diz que apesar de algum progresso, ainda há muito a ser feito para aumentar a quantidade de informações confiáveis sobre exposição climática com um padrão global. A Austrália, em particular, está atrasada em relação a seus pares em relatórios de sustentabilidade, disse.

Os investidores que tentam avaliar os critérios ESG das empresas nas quais investem também se beneficiariam de dados que mostram quantas reuniões ocorrem entre empresas e acionistas, disse Brendan Baker, especialista em clima ESG da provedora de índices MSCI.

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