Bloomberg — O JPMorgan Chase (JPM) está revendo o relacionamento com alguns clientes da área de commodities após o movimento de venda forçada no mercado de níquel no mês passado. A decisão ameaça reduzir ainda mais a liquidez no segmento.
A direção do JPMorgan pediu que equipes em todo o mundo realizem novas diligências de alguns clientes, incluindo corretoras de metais e refinarias de petróleo, de acordo com pessoas a par da situação. As avaliações de risco também envolvem determinadas funções de financiamento, segundo as fontes, que pediram anonimato porque a informação é privada.
O banco é um dos maiores players nos mercados globais de commodities e, de longe, o maior no segmento de metais. A instituição sediada nos Estados Unidos também teve papel central no aumento do preço do níquel, que abalou a London Metal Exchange no mês passado. O banco era a maior contraparte da Tsingshan Holding Group, a maior produtora mundial do metal que foi alvo do chamado short squeeze (salto no preço de um ativo que força investidores que estavam vendidos a comprar para cobrir posições descobertas).
Devido ao aumento da volatilidade, o JPMorgan já estava monitorando e ajustando sua exposição a commodities antes desse evento, segundo outra pessoa com conhecimento do processo. Desde o salto do preço do níquel no início de março, o banco vem fazendo uma revisão mais aprofundada, disse o entrevistado.
“Em consistência com uma gestão de risco prudente, temos revisado os riscos à luz dos eventos significativos de mercado durante este ano e continuaremos fazendo isso em todos os mercados, mas seguimos comprometidos com nosso negócio de commodities”, declarou o JPMorgan em comunicado.
Qualquer eventual recuo do banco viria em um momento particularmente difícil nos mercados de commodities, que já enfrentam uma queda drástica da liquidez à medida que os preços altos e oscilações bruscas afastam participantes.
A revisão abrange clientes em toda a operação de commodities do JPMorgan, mas tem foco em metais básicos e em negócios na bolsa londrina, disseram as fontes. O banco estuda como fazer testes de estresse a choques sem precedentes, como o que ocorreu com o níquel.
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