Bloomberg Línea — A pandemia de covid-19 e as medidas de isolamento social mudaram a forma de consumo, trabalho e, consequentemente, os modelos de negócios tradicionais. Enquanto algumas empresas conseguiram surfar a mentalidade do “fique em casa”, outras tiveram que se reinventar.
Foi o caso do Gympass, empresa fundada em 2012 e focada inicialmente em academias que, em março de 2020 ficou “sem produto no mercado”, disse Priscila Siqueira, CEO do Gympass, durante painel do MMA Impact Brasil 2022, realizado nesta terça-feira (5), em São Paulo.
“Tivemos que separar a equipe em dois times: uma área defensiva, com aqueles que iriam resolver o problema; e outra de ‘ataque’, com aqueles que iriam buscar uma alternativa para o negócio”, contou.
A solução foi encontrada na área de “new ventures” da empresa, que trabalhava na época, em versão beta, com propostas de programas de bem-estar. “Colocamos no ar, em março, algo que deveria entrar apenas no fim do ano”, disse Priscila.
Foi então que o app de academias passou a ser um aplicativo de “wellness”, consolidando apps de nutrição, de ajuda emocional, de aulas online, educação financeira – e academias.
“E as empresas adotaram, porque a pandemia também trouxe a transformação digital: não imaginávamos que teríamos uma aula de academia via zoom; hoje, tem usuário que ainda nem voltou [para o presencial], quer ficar na aula online”, afirmou Priscila.
Novos produtos
Enquanto algumas empresas tiveram que focar em outros produtos para sobreviver à pandemia, outras conseguiram se beneficiar das novas tendências, como o home office e a maior flexibilidade. Foi o caso do QuintoAndar, que antes trabalhava apenas com o aluguel de imóveis e depois expandiu para compra e venda, atendendo à demanda de consumidores.
“Nos últimos dois anos demos uma repaginada na marca, porque nosso negócio também mudou: a casa deixou de ser onde moramos para onde vivemos na pandemia; a relação com o lar mudou”, contou João Chueiri, CMO do Quinto Andar, que também participou do painel.
Segundo ele, a repaginação da marca veio em meio à abordagem emocional com a casa, de modo a mostrar como somos influenciados por onde moramos.
Entre os principais aprendizados da pandemia, Chueiri chama atenção para a necessidade de se criar uma marca saudável de forma a trazer um negócio saudável – e não o contrário.
“O QuintoAndar construiu a marca com o produto. Mas existe um momento em que a empresa alcança um nível de maturidade em que terá que pensar em publicidade além de produtos, seja pela concorrência, expansão internacional ou para entrar em novos negócios”, disse, destacando a importância do marketing nas empresas, em especial nas startups.
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