Bloomberg — A gigante industrial Votorantim está se preparando para enfrentar incertezas devido à guerra na Ucrânia e às eleições brasileiras depois de seu ano mais lucrativo.
“2022 é um ano em que nossa visibilidade está mais limitada por conta desses eventos”, disse o diretor-presidente da Votorantim, João Schmidt, em entrevista.
O grupo registrou lucro recorde graças à alta nas cotações dos metais e à recuperação econômica com a atenuação da pandemia. Schmidt prevê que as restrições de oferta reforçadas pela guerra devem sustentar os preços dos metais por dois a três anos.
A Votorantim, um grupo de 104 anos de uma das famílias mais ricas do Brasil, teve um aumento de 70% no Ebitda ano passado, chegando a R$ 11,5 bilhões, e receita líquida de R$ 49 bilhões, segundo balanço da empresa. O grupo registrou um lucro recorde de R$ 7,1 bilhões, revertendo o prejuízo de 2020.
A empresa com sede em São Paulo continua com seu plano de longo prazo de reduzir o risco através da diversificação geográfica e de setores em que atua, disse Schmidt. O objetivo é expandir sua presença em economias maduras com moedas estáveis, como os Estados Unidos, onde a Votorantim abriu um escritório em Nova York para buscar oportunidades de negócios.
Pressões inflacionárias sobre insumos como coque de petróleo e fertilizantes são alguns dos desafios para este ano, disse o diretor financeiro, Sérgio Malacrida, em entrevista, embora nenhuma das subsidiárias da Votorantim tenha sido atingida por interrupções na cadeia de suprimentos.
A Votorantim planeja investir R$ 6,2 bilhões em um portfólio que inclui mineradoras de alumínio e zinco, uma das maiores produtoras de cimento do mundo, negócios imobiliários, financeiros, suco de laranja e energia renovável. O valor é 17% superior ao do ano anterior.
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