Bloomberg — As fundições de zinco tiveram um grande aumento nas taxas de processamento depois que cortes na capacidade na Europa e nos Estados Unidos apertaram a produção de metal refinado e ajudaram a elevar os preços a níveis recordes.
A Korea Zinc e a Glencore fecharam contratos anuais de fornecimento de concentrado de zinco com a mineradora Teck Resources que incluem um aumento de 45% nas taxas de tratamento, chegando a US$ 230 por tonelada, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto. A Teck Resources, a Glencore e a Korea Zinc não quiseram comentar.
O salto acentuado ressalta o desequilíbrio entre o fornecimento das minas e os cortes na fundição que criaram escassez do metal acabado. O zinco registrou o maior fechamento desde 2006 na segunda-feira (4), quando os estoques em queda mostraram tensões na oferta, enquanto um novo aumento no custo da energia na Europa aumentou ainda mais a pressão sobre as fundições.
“O abastecimento de minas é bastante robusto e está mostrando sinais de melhora”, Geordie Wilkes, chefe de pesquisa da Sucden Financial, disse por telefone de Londres. “São os gargalos da fundição que estão causando o problema, e isso só confirma que é aí que está a pressão.”
As negociações sobre as taxas de fundição ficaram mais complicadas com os preços mais baixos do zinco na China, disse Ryan Cochrane, chefe de pesquisa da Open Mineral.
“O que vem impulsionando essa arbitragem negativa é o aperto nos mercados da Europa e dos EUA contra uma demanda comparativamente muito fraca na China, com mais metal refinado lá”, disse Cochrane. Remessas no mercado spot chegam a ser vendidas com taxas de processamento de US$ 250 por tonelada, disse.
A Glencore e a Trafigura – duas das maiores produtoras mundiais de zinco metálico – anunciaram cortes no ano passado depois que o aumento dos custos de energia prejudicou a viabilidade de suas operações de fundição, mesmo com a disparada dos preços.
A taxas de tratamento mais altas vão oferecer algum alívio. Os contratos da Teck também incluem uma cláusula que dará às plantas exposição ao recente aumento nos preços do zinco. Ela entra em vigor quando os preços ficarem acima de US$ 3,8 mil por tonelada, aumentando efetivamente as taxas de processamento em 5%.
Eliminada dos contratos anuais em 2018, quando as mineradoras buscavam maximizar seus lucros, a volta da cláusula é outro sinal de que o equilíbrio de poder está voltando para as fundições.
Enquanto isso, os preços recordes do zinco encorajaram as mineradoras a aumentarem a produção. O fornecimento de minas cresceu 4,5% em 2021, segundo o International Lead and Zinc Study Group.
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