Brasil busca potássio em Belarus em meio a sanções à Rússia

País controla cerca de um quinto do mercado global de potássio e foi um grande vendedor para o Brasil

Fertilizante en un almacén de una granja en Brasil, el 4 de marzo. Los agricultores brasileños tienen problemas para conseguir fertilizante para la próxima cosecha de soja. Fotógrafo: Andressa Anholete/Bloomberg
Por Tarso Veloso - Aliaksandr Kudrytski e Tatiana Freitas
05 de Abril, 2022 | 04:53 PM

O Brasil está desesperado por fertilizantes. Belarus, um regime sancionado amigável à Rússia de Vladimir Putin, está procurando maneiras de enviar mais nutrientes.

O presidente de Belarus Alexander Lukashenko, deu licença de vendas a pequenas empresas que tentavam exportar potássio para lucrar com os preços vertiginosos dos fertilizantes. Mas os EUA e a UE aplicaram sanções ao país que impossibilitam embarques do nutriente, deixando os agricultores brasileiros com menos opções de compra. Para garantir potássio suficiente para o plantio de soja em setembro, o Brasil pode precisar recorrer a operações de barter ou usar yuan e o intermédio chinês.

“As empresas no Brasil estão prontas para fazer negócios de quase todas as formas: pagamentos, permutas, trocas”, disse Jeferson Souza, analista de fertilizantes da Agrinvest Commodities no Brasil. “Estamos chegando perigosamente perto do plantio no Brasil e ainda precisamos de várias toneladas.”

Belarus controla cerca de um quinto do mercado global de potássio e foi um grande vendedor para o Brasil até que a Lituânia, em janeiro, cortou uma importante rota de trânsito em meio às sanções dos EUA impostas em 2021. Então a Rússia, o segundo maior produtor de potássio, invadiu a Ucrânia, limitando a oferta de fertilizantes da região. O Brasil tem buscado isenções que permitiria algumas compras de potássio para evitar a fome e a inflação de alimentos.

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Belarus ainda pode vender potássio para o mercado russo, uma medida que pode levar as empresas a exportar mais. Mas a partir de hoje, os russos não estão conseguindo exportar quantidades consideráveis, de acordo com Humphrey Knight, analista do CRU Group. Mesmo com todas as dificuldades, alguns navios estão sendo contratados aos poucos para trazer fertilizantes da Rússia para o Brasil, mas os volumes são pequenos e os compradores não divulgam detalhes. A Rússia limitou as vendas de seus nutrientes no exterior e muitos portos e companhias marítimas recusam o frete russo.

  

O Brasil importa mais de 85% de sua demanda de fertilizantes, com dependência de importação superior a 90% em potássio e nitrogênio. A Rússia e Belarus representam 28% do total.

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