Maior locadora de jatos do mundo tem US$ 2,5 bilhões em risco na Rússia

Empresas estrangeiras de leasing estão começando a contabilizar as perdas da guerra, que deixou centenas de aviões alugados para companhias aéreas russas

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Bloomberg — A AerCap Holdings, maior empresa de leasing de jatos do mundo, tem cerca de US$ 2,5 bilhões em risco vinculados à invasão da Ucrânia pela Rússia e disse que espera reduzir pelo menos parcialmente o valor dos ativos.

Cerca de 22 dos 135 aviões usados em companhias russas no final do ano foram recuperados em 30 de março, disse a Aercap em uma apresentação de resultados. Essa medida e o dinheiro de cartas de crédito reduziram sua exposição de um valor contábil de US$ 3,1 bilhões no final do ano, disse a empresa. Sinistros de seguros e remoções adicionais de aeronaves podem diminuir o impacto financeiro.

“Continuamos a fazer esforços para recuperar aeronaves e motores adicionais de nossos ex-clientes de companhias aéreas russas, mas não está claro se poderemos fazê-lo ou qual será a condição desses ativos no momento da recuperação”, disse a empresa em um comunicado. “Esperamos uma deterioração no valor recuperável em nossos ativos na Rússia que não foram devolvidos já no primeiro trimestre de 2022, embora não tenhamos determinado o valor dessas perdas.”

As empresas estrangeiras de leasing estão começando a contabilizar as perdas da guerra, que deixou centenas de aviões alugados para companhias aéreas russas no país. As sanções exigem que a AerCap cancele os contratos e exija a devolução, o que a empresa disse ter feito. Mas o governo da Rússia os impediu de sair, e o risco é que, sem acesso a peças e manutenção, eles percam seu valor.

A situação levou os locadores a registrar sinistros de seguro, o que está se configurando como a próxima grande batalha. Os sinistros ligados à guerra na Rússia podem chegar a totalizar US$ 10 bilhões, o maior na história do seguro de aviação, estimou a Fitch Ratings em um relatório na semana passada.

Aeronaves e motores na Rússia no final do ano representavam cerca de 5% da frota global da empresa com sede em Dublin em valor, informou a empresa na quarta-feira (30) em um comunicado, ao divulgar resultados anuais, descrevendo as perdas potenciais como “gerenciáveis”.

– Esta notícia foi traduzida por Marcelle Castro, Localization Specialist da Bloomberg Línea.

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