Bloomberg — A ascensão do presidente Jair Bolsonaro nas pesquisas eleitorais mais recentes acendeu um alerta na campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Embora o cenário no PT nunca tenha sido o de uma vitória em primeiro turno, a reação de Bolsonaro, que tem feito acenos populistas na economia, assustou.
Pessoas ligadas ao petista apostam que Lula retomará sua vantagem na corrida eleitoral a partir de agora, pois o ex-presidente vai percorrer o país e entrar de cabeça na campanha.
Simbolicamente, Lula começou essa movimentação pelo Paraná, estado onde ficou preso durante 580 dias depois de ser condenado na Operação Lava-Jato. Na última semana, passou por Rio de Janeiro e Bahia. Essa será a rotina de agora em diante.
Dirceu
A movimentação do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu junto ao mercado financeiro para falar sobre os planos de Lula na economia incomodou integrantes da campanha petista. Eles afirmam que Dirceu não tem papel na campanha, está fora do partido há tempos e não é próximo da presidente da sigla, Gleisi Hoffman.
Segundo pessoas com conhecimento do assunto, os acenos que o ex-ministro tem feito são por iniciativa própria. Para eles, Dirceu se sente à vontade por ter uma amizade antiga com Lula, mas sua mensagem não reflete necessariamente o que está sendo discutido.
Segurança
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deixou a equipe econômica ainda mais reticente sobre a adoção de subsídios aos preços de combustíveis. Ao decidir ficar isenta e não julgar uma consulta feita pela Advocacia-Geral da União sobre a legalidade desse tipo de medida em ano eleitoral, a corte não deu a segurança que os técnicos querem ter para assinar eventuais benesses.
Havia uma expectativa de que o posicionamento do TSE pudesse referenciar a conduta do governo, seja para dar segurança à concessão de subsídios, seja para segurar a ânsia de Jair Bolsonaro por medidas que segurem a alta dos combustíveis, afirma um integrante do governo.
O pai da criança
O ministro da Economia, Paulo Guedes, tem sido o porta-voz da ideia de que eventuais medidas para atenuar o impacto da alta dos combustíveis devem ser feitas de forma gradual e direcionadas à população de menor renda.
Essa ideia, no entanto, não nasceu na pasta, mas no Banco Central, afirma uma pessoa com conhecimento do assunto. Foram cabeças da autoridade monetária que sugeriram um possível desenho para o subsídio, atrelando ainda a adoção desse tipo de medida ao comportamento do preço do barril do petróleo.
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