Selic deve parar em 12,75% mesmo com aumento do petróleo, diz Volpon

Ex-diretor do BC discorda da política atual de vincular taxa básica à cotação da commodity

Teto de 12,75% deve representar fim do ciclo de aperto
Por Josue Leonel
31 de Março, 2022 | 01:52 PM

Bloomberg — A sinalização do Banco Central de que a taxa de juros não vai subir além de 12,75% se mostrará acertada ainda que o petróleo volte a subir, diz Tony Volpon, ex-diretor do Banco Central e estrategista da Wealth High Governance.

Para ele, essa dose de aperto monetário é suficiente para a inflação convergir para a meta de 3,25% em 2023, especialmente se for usada a margem superior do intervalo entre 1,75% e 4,75% e “desde que o dólar não dispare”, como ocorreu em 2020.

O petróleo, fator de pressão inflacionária com a guerra na Ucrânia, deve continuar subindo nos próximos meses, mas o movimento acabará sendo acompanhado de uma desaceleração da atividade econômica global no segundo semestre, na avaliação de Volpon.

Recentemente, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, sinalizou que o Copom deve realizar mais uma alta da Selic em 1 ponto percentual em maio, no final do ciclo de aperto monetário.

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O Copom passou a trabalhar com um cenário alternativo para a inflação, considerado de maior probabilidade, pelo qual o petróleo estaria a US$ 100 no final do ano, o que levaria a inflação para 3,1% em 2023, dentro da meta.

Depois de se aproximar de US$ 120 com temores provocados pela invasão da Ucrânia pela Rússia, o barril do petróleo WTI está atualmente mais próximo de US$ 100.

Volpon discorda da decisão do BC de atrelar a política monetária a uma cotação específica para o petróleo, commodity que reage a uma situação conjuntural.

“O BC poderia ter adotado a mesma atitude mesmo sem citar o cenário alternativo baseado no petróleo.”

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