Bloomberg — A Polônia vai se esforçar para interromper todas as importações russas de petróleo, gás e carvão ainda neste ano, enquanto se intensificam as medidas para afastar a dependência da Europa do fornecimento de energia da Rússia, por conta da guerra na Ucrânia.
O país planeja “fazer de tudo” para parar de importar petróleo russo até o final de 2022, disse o primeiro-ministro do país, Mateusz Morawiecki, em entrevista coletiva nesta quarta-feira (30).
“Estamos apresentando o plano mais radical da Europa para evitar o petróleo, o gás e o carvão russo”, disse Morawiecki. “Este plano é necessário para que a Europa finalmente caia em si. Porque quando outros na Europa olhavam para a Rússia como parceira de negócios, sabíamos que ela usa petróleo e principalmente gás como instrumento de chantagem”.
Em 2019, antes da pandemia de covid-19, a Polônia importou cerca de 365 mil barris por dia de petróleo bruto da Rússia, representando quase 70% das suas importações totais da commodity, segundo dados do Eurostat. A Polônia também obteve cerca de 50% de suas importações de diesel da Rússia no período, um volume relativamente pequeno, cerca de 55 mil barris por dia.
A PKN Orlen SA, a maior refinaria do país, pode garantir entregas estáveis quando os suprimentos da Rússia pararem, de acordo com um comunicado da empresa.
A Polônia vai interromper as compras de carvão da Rússia até o próximo mês ou maio, disse Morawiecki. O contrato de gás de longo prazo da Polônia com a Rússia expira no final deste ano e o governo de Varsóvia disse insistentemente que não planeja estendê-lo.
Plano de emergência
Pouco antes do anúncio do governo polonês, a Alemanha disse que ativaria um plano de emergência para gerenciar suprimentos limitados de energia, já que aumentaram as preocupações de que a Rússia possa interromper as entregas de gás natural ao país.
O governo alemão iniciou a primeira de três fases do plano para lidar com o suprimento de energia, disse o ministro da Economia, Robert Habeck, na quarta-feira (30) durante uma coletiva de imprensa. A primeira fase envolve o monitoramento intensivo do consumo e das reservas de gás.
A decisão foi tomada depois que a Rússia insistiu que os pagamentos de energia fossem feitos em rublos em vez de euros ou dólares - exigência que autoridades do governo alemão rejeitaram.
Diante do cenário, os preços da energia na Europa subiram. Os futuros de gás de referência negociados na Holanda saltaram mais de 13% após o anúncio da Alemanha, com a energia para 2023 na Alemanha saltando até 6%.
– Esta notícia foi traduzida por Melina Flynn, Content Producer da Bloomberg Línea.
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