Bloomberg — A variante ômicron da covid-19 tem sido associada a mais hospitalizações, complicações graves e mortes de crianças pequenas do que ondas anteriores do vírus, sugerindo que a cepa altamente contagiosa pode não ser tão leve quanto se pensava inicialmente, de acordo com um estudo de Hong Kong.
Pesquisadores da Universidade de Hong Kong e do Princess Margaret Hospital revisaram as hospitalizações infantis durante diferentes estágios da pandemia. Eles descobriram que os casos eram muito mais graves na onda ômicron que continua a circular pela cidade em seu pior surto da pandemia.
No total, 1.147 crianças de 0 a 11 anos foram hospitalizadas em Hong Kong devido à covid-19 de 5 a 28 de fevereiro, dentre as quais, mais de 80% tinham entre 0 a 5 anos.
A necessidade de tratamento intensivo para os hospitalizados foi maior para a ômicron, com 21 crianças, ou 1,83%, internadas em UTI pediátrica, em comparação com apenas 1 em todos os surtos anteriores de Covid em Hong Kong e uma taxa de 0,79% para aqueles com gripe.
Do início de 2020 a novembro de 2021, um período que abrange quatro ondas anteriores que não penetraram em Hong Kong tão amplamente quanto o surto atual, 737 crianças de 0 a 11 anos foram hospitalizadas devido a Covid.
A ômicron resulta em um número maior de convulsões entre crianças não vacinadas e atinge as vias aéreas superiores mais do que variantes anteriores e influenza, disseram os pesquisadores em um estudo submetido ao The Lancet em 21 de março.
“A gravidade da ômicron BA.2 não é leve, como é evidente pela fatalidade e complicações graves das crianças infectadas e não vacinadas”, escreveram no artigo, que não foi revisado por pares.
Globalmente, idosos e pessoas com condições médicas pré-existentes foram mais vulneráveis ao vírus durante a pandemia. Após um longo período mantendo as taxas de infecção entre as mais baixas do mundo, Hong Kong foi invadida pela ômicron, associada a quase 7.500 mortes. A maioria eram idosos e não vacinados.
Uma razão pela qual algumas crianças infectadas com menos de 5 anos em Hong Kong estão apresentando sintomas graves pode ser devido à falta de exposição ao coronavírus nos últimos dois anos, então elas não desenvolveram imunidade, disseram os pesquisadores. As crianças menores de 11 anos só foram aprovadas para a vacinação contra a covid em fevereiro, enquanto as menores de 3 anos ainda não são elegíveis.
“A vacinação deve ser implementada rapidamente para crianças elegíveis e, em particular, para menores de 3 anos, a extensão do uso das vacinas atuais deve ser explorada com urgência”, escreveram os pesquisadores.
Entre os 1.147 casos de internação pela ômicron, quatro crianças morreram, incluindo três que tinham uma boa saúde. Elas tinham 11 meses, 3 e 4 anos. Nenhuma das três estava vacinada contra o vírus. Dos casos de janeiro de 2020 a novembro de 2021, não houve mortes associadas ao vírus.
Veja mais em bloomberg.com
Leia também
Ovo de Rondônia: Post no perfil da Britney Spears poderia custar até US$ 130 mil
América Latina tem melhor início de ano em três décadas na bolsa
©2022 Bloomberg L.P.