Bloomberg — A corretora da Nomura Holdings está promovendo o maior número de mulheres em uma década para administrar agências, correndo atrás da diferença em relação a rivais que já se empenham em aumentar a diversidade da liderança.
A divisão Nomura Securities, que atende investidores pessoa física e clientes corporativos, terá mais quatro mulheres gerentes de agências em abril, o maior acréscimo em um novo ano fiscal desde pelo menos 2011, quando os dados foram disponibilizados. Ainda assim, apenas seis das 119 agências da rede terão uma gerente do sexo feminino, segundo a empresa.
A Nomura vem tentando diversificar seu quadro de pessoal, impulsionada pela maior conscientização sobre temas ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês) e pelo incentivo das autoridades. O governo do Japão estuda exigir que as companhias divulguem o percentual de mulheres em cargos de gestão em documentos regulatórios. O país ficou em 120º lugar no ranking global de disparidade de gênero do Fórum Econômico Mundial em 2021, atrás de Angola e Myanmar, demonstrando a dificuldade para as mulheres alcançarem posições de liderança em muitos setores no Japão.
A Nomura está atrás da concorrência. Mulheres administram 18 das 110 agências da Daiwa Securities e 13 das 110 agências da SMBC Nikko Securities.
As decisões de recursos humanos não tiveram o objetivo específico de promover mulheres. As atribuições foram feitas com base no desempenho, talento e experiência de cada pessoa, de acordo com Go Sugiyama, que assumirá a área de varejo da Nomura Holdings em abril. “Acreditamos que elas vão desempenhar papel importante na maximização do desempenho da organização e de cada indivíduo”, afirmou ele.
As agências têm papel fundamental na operação de varejo da Nomura no Japão. Gerentes definem estratégias de marketing e representam a firma nas comunidades locais. Desde 2011, a Nomura tem trazido uma ou duas gerentes do sexo feminino por ano.
A promoção abre caminho para maior avanço das colaboradoras. Kazue Hirano, que será promovida a diretora administrativa sênior de estratégia de varejo em abril, já foi gerente de agência. Atualmente ela comanda o departamento de estratégia de varejo.
“A indústria de corretagem promoveu mulheres relativamente cedo. Ainda assim, o número de mulheres em cargos de gestão parece pequeno quando se considera sua proporção no total”, disse Akiko Kojima, especialista em reforma do trabalho do Instituto de Pesquisas do Japão. “Se houver medidas como promover mais mulheres para a gerência de agências e outras posições, isso pode levar a mais mulheres em cargos executivos.”
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