Bloomberg — Os lockdowns na China estão colocando a economia sob pressão e ameaçam causar interrupções nas cadeias globais de abastecimento. O governo clama por mais planos de contingência para lidar com os riscos.
Sondagens junto à indústria feitas em março mostraram que o confinamento para combater a covid-19 em Shenzhen – grande hub de tecnologia e comércio internacional – e em Changchun, onde predomina a indústria automotiva, reduziu a atividade fabril. O setor de serviços também foi duramente atingido pelo fechamento de restaurantes e lojas e pelas medidas mais rigorosas de distanciamento social.
Os problemas nas cadeias de abastecimento estão se agravando. Xangai enfrenta a disparada de novos casos de coronavírus. As medidas de controle da doença na cidade impactam as operações e reduzem a eficiência no maior porto de contêineres do mundo. A gigante do transporte marítimo AP Moller-Maersk já fechou algumas instalações na cidade.
“A determinação de Pequim em manter sua estratégia Covid Zero para combater a variante ômicron muito provavelmente afetará a economia da China e também terá um impacto global”, segundo relatório de economistas da Nomura liderados por Lu Ting. “Os mercados até agora subestimaram a gravidade da situação na China porque é difícil calculá-la e compreendê-la totalmente.”
O quadro pode piorar em abril, prejudicando o crescimento no segundo trimestre, diante da maior incerteza sobre o escopo, a gravidade e a duração dos lockdowns na China. Áreas responsáveis por aproximadamente 30% do PIB foram afetadas pelos surtos da doença, segundo o Goldman Sachs (GS). O Natixis estima que as medidas de combate à covid reduziram a taxa de crescimento econômico do primeiro trimestre em 1,8 ponto percentual.
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