Bloomberg Línea — Em discurso na cerimônia de troca dos chefes dos Ministérios nesta quinta-feira (31), o presidente Jair Bolsonaro (PL) defendeu a ditadura militar brasileira e o golpe de 1964, que hoje completa 58 anos.
“Todos aqui tinham direito de ir e vir, de sair do Brasil, de trabalhar, de constituir família, de estudar”, disse.
“O que aconteceu, imprensa brasileira, no dia 7 de outubro de 1984? Houve um editorial na capa do jornal O Globo, assinado pelo jornalista Roberto Marinho, ‘Julgamento da Revolução’, e ele expôs ali toda a verdade e a história seguiu. Quem esteve no governo naquela época fez a sua parte. O que seria do Brasil sem as obras do governo militar? Seria nada, seríamos uma republiqueta”, discursou.
Segundo Bolsonaro, a imprensa esconde a verdade sobre a ditadura. “É uma luta da verdade contra a mentira. Da história contra a estória. Do bem contra o mal. O Brasil resistiu. Foram obras fantásticas, o desbravamento do Centro-Oeste.”
O presidente também voltou a criticar o sistema eleitoral e fazer ameaças.
“Proibiram duvidar de urna eletrônica. ‘Se duvidar, eu casso registro e prendo’. Temos a obrigação de exigir das autoridades a certeza na transparência do voto, porque o voto é a alma da democracia. Sei da minha responsabilidade. Mas sei muito bem que se eu não decidir, todos sofrerão com isso. Ou quase todos”, disse. “Você não pode tomar o conselheiro dizendo ‘calma, calma, calma, calma’. Calma é o cacete, pô [sic].”
E também voltou a atacar os ministros do Supremo Tribunal Federal: “Somos exemplo. O que falta? Não nos atrapalhem! Se não têm ideias, cala a boca! Bota a tua toga aí sem encher o saco dos outros. Como atrapalham o Brasil.”
O discurso foi feito depois de Bolsonaro assinar todos os decretos de nomeação dos novos ministros, que assumem os cargos em substituição aos que deixaram suas pastas para concorrer nas eleições deste ano.
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