Bloomberg — Os preços do petróleo subiam enquanto investidores avaliavam cautelosamente as perspectivas de uma desescalada da guerra da Rússia na Ucrânia e possíveis impactos na produção de petróleo.
Os futuros em Nova York subiam perto de US$ 107 o barril depois de perder mais de 8% nas duas sessões anteriores. A guerra já está afetando a produção russa, que caiu abaixo de 11 milhões de barris por dia na segunda quinzena de março, enquanto as entregas às refinarias caíram cerca de 11%. A oferta está começando a mostrar um “declínio significativo em relação ao início do mês”, disse a consultora OilX em nota.
Embora a Rússia tenha se oferecido para “reduzir fundamentalmente” as operações militares no norte da Ucrânia, uma pessoa próxima ao Kremlin disse que isso não significa um cessar-fogo ou uma retirada completa das tropas de Kiev. Os EUA também alertaram sobre declarar progresso.
A guerra desencadeou enormes movimentos de preços no mercado de petróleo, estimulando uma volatilidade massiva e forçando alguns traders a se encaminharem para a saída. Isso, por sua vez, levou a oscilações ainda maiores - o benchmark global Brent subiu US$ 5 ou mais em 23 dos últimos 24 pregões.
“Os mercados continuam céticos em relação a um cessar-fogo imediato, mas ainda estão na direção certa”, disse Keshav Lohiya, fundador da consultora Oilytics. As interrupções na produção russa “se tornarão uma bola de neve rapidamente se a situação atual continuar, apesar do aumento das compras da Ásia”.
Preços do petróleo
- O West Texas Intermediate (WTI) para entrega em maio subia 2,6%, para US$ 106,91 o barril às 7h25, horário de Brasília, depois de perder 8,5% nas duas últimas sessões.
- O Brent para liquidação de maio avançava 2,2%, para US$ 112,63.
A Opep+ se reúne nesta quinta-feira (31) para discutir a política de fornecimento para maio, com a expectativa de que o grupo mantenha a estratégia de aumentos modestos na produção, mesmo com a guerra na Ucrânia interrompendo os fluxos.
Nos EUA, o American Petroleum Institute informou que os estoques nacionais de petróleo caíram 3 milhões de barris na semana passada, segundo pessoas familiarizadas com os números. A Energy Information Administration divulgará dados oficiais ainda nesta quarta.
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