Barkin, do Fed, diz que economia ditará alta de 0,50pp em maio

Presidente do Fed de Richmond disse que está aberto a aumentar a taxa básica em maio dependendo da força da economia

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Bloomberg — O presidente do Fed de Richmond, Thomas Barkin, disse que está aberto a aumentar as taxas de juros em meio ponto percentual na reunião de maio, dependendo da força da economia dos EUA naquele momento.

“Estou aberto a isso”, disse Barkin nesta quarta-feira (30) em entrevista à Michael McKee na Bloomberg Television. “Acho que a questão – e tomaremos essa decisão quando chegarmos à reunião em maio – é quão forte a economia ainda parece em termos de sua capacidade de aceitar aumentos de juros e quão alta é a persistência da inflação. Estou analisando os dois e tomaremos nossa decisão em maio.”

Os mercados veem chance maior de o Comitê Federal de Mercado Aberto aumentar as taxas de juros em meio ponto na próxima reunião de 3 e 4 de maio para combater a inflação no nível mais alto em quatro décadas.

Autoridades do Fed promoveram um aumento de 0,25 ponto percentual na taxa de referência neste mês. Desde então, vários membros do banco central americano, incluindo o presidente do Fed da Filadélfia, Patrick Harker, disseram que estão abertos a uma alta mais agressiva de meio ponto percentual na reunião de maio. O presidente, Jerome Powell, disse que seria a favor de um movimento maior, se necessário, para controlar as pressões sobre os preços.

Barkin disse que pode levar as taxas de juros acima do neutro - nível que não acelera nem desacelera a economia que as autoridades estimam estar em torno de 2,4% - para reduzir a inflação.

O índice de preços ao consumidor subiu 7,9% em fevereiro, o maior desde 1982; a meta de inflação de 2% do Fed é baseada em um indicador separado, o índice de preços de gastos com consumo pessoal, que subiu 6,1% nos 12 meses até janeiro.

Embora as dificuldades da cadeia de suprimentos associadas à pandemia de covid-19 tenham sido inicialmente culpadas pelos aumentos de preços, as autoridades do Fed foram pegas de surpresa pelos aumentos contínuos e pela ampliação das pressões sobre os preços. Eles temem que a alta contínua dos preços possa afetar as expectativas em relação à inflação.

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