Arena capta US$ 13,5 milhões para levar brasileiros ao Vale do Silício

A rodada foi liderada pela CRV com a participação da Craft Ventures, Artisanal Ventures e Vela Partners, com uma série de anjos da indústria

A Arena vai contratar 55 desenvolvedores brasileiros e oferecer a possibilidade de patrocinar a mudança dos funcionários para o Vale do Silício
30 de Março, 2022 | 09:18 AM

A Arena, startup de marketing americana fundada pelo brasileiro Paulo Martins, captou uma rodada Série A de US$ 13,6 milhões liderada pela CRV com a participação da Craft Ventures, Artisanal Ventures e Vela Partners, além de anjos da indústria.

Martins, que é o CEO da companhia, fundou a Arena em 2017. A startup ajuda empresas a criarem engajamento com site e aplicativos utilizando conversação e dados para entender o comportamento do usuário. Assim, a pretende tirar o usuário das redes sociais e levá-lo para engajar na página da empresa cliente.

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Como a Arena foi fundada

Há 11 anos, Martins deixou Minas Gerais e passou uma temporada na França para estudar. Ele fazia faculdade de computação em Uberlândia, com uma parceria entre as universidades dos dois países. Na França, ele foi engenheiro de dados da Ubisoft e, em 2011, se mudou para os Estados Unidos para trabalhar na Hulu.

“Era uma empresa de alto crescimento, foi aí que me apaixonei por empreendedorismo. Eu já tinha conhecimento técnico de desenvolvedor e a partir daí pude entender mais a dinâmica de como montar times e escalar”, conta.

Em 2016, ele deixou a Hulu para empreender em tempo integral e se mudou para São Francisco. Em 2020, a Arena recebeu seu cheque Seed de US$ 2,3 milhões da Redpoint eventures.

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“Nessa nova rodada Série A, vi a necessidade de trazer investidores que são bem experientes para poder escalar a empresa”, disse o CEO. Com o capital, a Arena pretende trazer pessoas do Brasil para montar uma equipe de engenharia e produto.

Martins diz que vai contratar 55 desenvolvedores esse ano e o objetivo dele é “abrir uma ponte” entre o Vale do Silício e o Brasil, chamando pessoas técnicas e dando treinamento de como escalar um negócio nos Estados Unidos.

“Traremos pessoas que querem morar aqui nos Estados Unidos”, explica. Mas os desenvolvedores poderão tanto trabalhar remotamente de qualquer lugar do Brasil ou serem patrocinados pela Arena para se mudarem para o Vale do Silício.

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“Trazemos eles para passar uma temporada nos Estados Unidos, ficarem dois, três meses para conhecer a cultura e outras empresas. Em um segundo momento, caso ele estejam propensos a mudar, nós fazemos o processo”.

Hoje, a Arena conta com 30 pessoas espalhadas globalmente. A startup tem 25 mil clientes pelo mundo, desde pequenas e médias empresas, até grandes, como a Globo e o Facebook (FB).

Com a rodada, a Arena pretende expandir sua presença comercial nos Estados Unidos, México e Europa.

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Como funciona

A plataforma cobra planos de assinatura do serviço que variam de acordo com o número de usuários da empresa cliente. A Arena também promove um chat entre os usuários, e é com esse engajamento as empresas podem vender.

“Por exemplo, quando os influencers ou vendedores estão em uma live apresentando algum produto específico, os potenciais consumidores estão comentando e participando como se fosse uma comunidade dentro do site da marca. Isso faz com que gere mais engajamento e nós tiramos os usuários das redes sociais. Então em vez de o pessoal estar falando sobre isso no Twitter, Facebook, ou Instagram, a gente traz essa audiência para dentro e consegue entender quem são os consumidores”.

A Globo utilizou a plataforma da Arena para promover debate sobre seu reality show, o Big Brother Brasil. “Ao mesmo tempo nós entendemos o comportamento do usuário e ajudamos a Globo a vender mais Globoplay [serviço de streaming da Globo]”, disse.

Segundo Martins, os dados dos consumidores são anônimos. “Crescemos na pandemia com as conversações em eventos virtuais de educação, por exemplo, a USP usou a Arena para criar a experiência do MBA”, disse.

O objetivo da startup é alcançar 100 mil clientes. E o objetivo pessoal de Martins é criar oportunidades para os empreendedores. “Parte da minha missão como empreendedor é ajudar outros empreendedores nessa jornada, porque no final das contas, as primeiras 100 pessoas que entram em uma empresa de grande escala têm um valor único”.

(Este texto foi atualizado para corrigir que a rodada foi liderada pela CRV com a participação da Craft Ventures, Artisanal Ventures e Vela Partners, juntamente com uma série de anjos da indústria)

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Isabela  Fleischmann

Jornalista brasileira especializada na cobertura de tecnologia, inovação e startups