Bloomberg — Os uruguaios votaram pelo apoio a mais de 100 mudanças legais introduzidas pelo presidente, Luis Lacalle Pou, em um referendo que pode ajudar seu governo a implementar reformas mais favoráveis ao mercado.
O voto “não” para manter intacta a principal lei de 2020 de Lacalle Pou, incluindo limites ao direito de greve e restrições à capacidade do governo de administrar déficits, teve 47,3% do total de votos com todos os distritos informando, de acordo com resultados preliminares publicados pelo Tribunal Eleitoral.
O voto “sim” para revogar 135 artigos da lei ficou atrás com 46,3%. As cédulas em branco que são atribuídas à coluna “não” totalizaram quase 1,3% dos votos.
Falando em uma coletiva de imprensa pouco antes da meia-noite de domingo (27), Lacalle Pou disse que seu governo se concentrará em sua agenda política, que inclui a revisão do sistema previdenciário, acordos comerciais e combate à alta inflação.
“Esta semana teremos uma importante reunião sobre preços. Vamos tomar mais medidas com produtos diferentes”, disse.
Lacalle Pou, que iniciou seu mandato de cinco anos em março de 2020, goza de alta popularidade após um programa bem-sucedido de vacinação contra a covid-19 e uma recuperação da economia.
Uma campanha agressiva de base do partido esquerdista Frente Ampla, sindicatos e ativistas não conseguiu inclinar a balança a favor do voto do “sim”.
Os apoiadores do referendo fizeram campanha contra a lei dizendo que ela mina um dos mais fortes estados de bem-estar social da América Latina, corrói os direitos trabalhistas e promove a brutalidade policial. A coalizão governante disse que as reformas são essenciais para combater o crime e manter as finanças públicas saudáveis.
Muitos analistas dizem que a lenta economia do Uruguai precisa de reformas para impulsionar o crescimento e sustentar os generosos programas sociais e os altos padrões de vida que sua população espera. Lacalle Pou prometeu apresentar um projeto de reforma da previdência social ao Congresso este ano.
A votação de domingo (27) foi obrigatória, com quase 2,7 milhões de pessoas aptas a votar.
– Com a colaboração de José Orozco.
– Esta notícia foi traduzida por Marcelle Castro, Localization Specialist da Bloomberg Línea.
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