Barcelona, Espanha — Os mercados iniciaram o dia com disposição ao risco, amparados pela queda das cotações do petróleo - mostram oscilações bruscas, de mais a menos - e pela expectativa de avanços nas negociações entre Rússia e Ucrânia.
A alta é generalizada na renda variável: sobem os futuros de ações dos EUA (depois de seus benchmarks avançarem por três sessões seguidas) e com mais força ainda as bolsas europeias - o índice Stoxx 600 avança mais de 1%, com as ações de automóveis e de consumidores se destacando. O petróleo hoje experimenta um verdadeiro sobe e desce, com o peso das restrições de mobilidade da China sobre as decisões de investimento. Agora há pouco, caía com força, depois de ter avançado no começo da manhã.
⚪ Nova rodada de negociações
Representantes das duas nações conversam hoje na Turquia: a Ucrânia luta por um acordo de cessar-fogo e tem um objetivo “mínimo” de uma melhoria na situação humanitária. A BBC informou que a Rússia se prepara para “reduzir drasticamente” seus ataques às regiões próximas a Kiev. O mercado continua observando com atenção o desenrolar da guerra e seu impacto sobre os preços das commodities.
Sinais de divisões estratégicas estão surgindo de dentro das fileiras da OTAN. Com a guerra agora em seu segundo mês, vários dilemas estão surgindo sobre quais termos a Ucrânia pode achar aceitável para qualquer acordo. Há também divergências sobre que mais armas enviar à Ucrânia, e se conversar ou não com o Presidente Vladimir Putin é útil, de acordo com a Bloomberg.
Enquanto isso, os Estados Unidos planejam incrementar as sanções à Rússia, destacando as indústrias que são parte integrante de seu esforço de guerra. E apesar de seu isolamento financeiro, a Rússia fez um pagamento de US$ 102 milhões em juros sobre títulos emitidos no exterior.
🤔 Mercado desconfiado
As ações globais subiram cerca de 8% em relação aos mínimos alcançados depois que a Rússia invadiu a Ucrânia, segundo a Bloomberg. Tal resiliência contrasta com uma rotina de títulos e curvas de rendimento invertidas, que estão abalando a confiança econômica. Os investidores estão tentando analisar os desenvolvimentos na guerra, os elevados custos das commodities e a luta do Fed contra as pressões de preços.
O que acontece é que os investidores estão pedindo prêmios mais altos para carregar os bônus soberanos. E esse aumento dos prêmios, que induz a um menor valor nominal dos títulos, espelha o aperto monetário indicado pelo Federal Reserve (Fed) para controlar a inflação. Muito se fala das inversões da curva dos juros dos Treasuries - ontem o rendimento do bônus dos EUA de cinco anos superou o do título que vence em 30 anos. E o diferencial entre os títulos de dois anos e os de dez anos está cada vez mais estreito, enunciando a expectativa de uma desaceleração econômica iminente.
📊 Macro no ar
Hoje começa a ser despejada nos mercados parte dos dados macroeconômicos importantes programados para a semana. Entre os destaques está a confiança do consumidor nos EUA e na Alemanha. Amanhã a agenda estará bem carregada, inclusive com índices inflacionários. O impacto da guerra sobre os mercados deve se deixar ver nos indicadores.
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🟢 As bolsas ontem: Dow (+0,27%), S&P 500 (+0,71%), Nasdaq (+1,31%), Stoxx 600 (+0,14%), Ibovespa (-0,29%)
Uma recuperação dos papéis de tecnologia e de empresas de grande porte permitiu que os principais índices norte-americanos revertessem as perdas da manhã para fechar com ganhos - a terceira alta consecutiva. A percepção de alguns operadores que os EUA sentirá menos o abalo da economia mundial com a guerra motivou essa confiança. Destaque de alta para a Tesla: a fabricante de veículos elétricos pretende fazer outro desdobramento de ações. Com a notícia, a empresa acrescentou cerca de US$ 84 bilhões ao seu valor de mercado, mais do que toda a capitalização da Ford Motor.
Na agenda
Esta é a agenda prevista para hoje:
• EUA: Índice Redbook; Índice de Preços de Imóveis/Jan); Confiança do Consumidor Conference Board/Mar; Ofertas de Emprego JOLTs/Fev; Perspectiva do Setor de Serviços de Texas/Mar; Estoques de Petróleo Bruto Semanal API
• Europa: Alemanha (Clima do Consumidor GfK/Abr, Preços de Bens Importados/Fev, Vendas no Varejo/Fev); Reino Unido ( Índice Nationwide de Preços dos Imóveis, Crédito ao Consumidor BoE/Fev, Aprovações e Empréstimos Hipotecários/Fev, Massa Monetária M4); França (Confiança do Consumidor/Mar); Espanha (Vendas no Varejo/Fev)
• Ásia: Japão (Vendas no Varejo/Fev)
• América Latina: Brasil (Índice de Evolução de Emprego do CAGED/Fev); Argentina (Atividade Econômica/Jan)
• Bancos centrais: Boletim trimestral do Bank of England (BoE). Discursos de Masayoshi Amamiya (vice-governador do BoJ); Elizabeth MacCaul (BCE); John Williams e Patrick Harker (FOMC/Fed)
📌 E para amanhã:
• EUA: Pedidos e Juros de Hipotecas MBA; Índice de Compras MBA; Variação de Empregos Privados ADP/Mar; Núcleo de Preços PCE/4T21; PIB/4T21; Gastos dos Consumidores/4T21; Estoques de Petróleo Bruto; Atividade das refinarias de Petróleo pela EIA; Produção e Estoques de Gasolina
• Europa: Zona do Euro (Confiança de Empresas e Consumidores; Clima de Negócios, Expectativas de Inflação ao Consumidor; Confiança Industrial e nos Serviços - Mar); Alemanha (IPC/Mar); Espanha (IPC/Mar, Confiança Empresarial); Itália (IPP, Confiança Empresarial e do Consumidor, Vendas da Indústria/Mar); Portugal (Confiança do Consumidor e Empresarial/Mar)
• Ásia: Japão (Produção Industrial/Fev); China (PMI Composto e Industrial/Mar)
• América Latina: Brasil (IGP-M/Mar; IPP/Fev; Empréstimos Bancários/Fev; Fluxo Cambial Estrangeiro); México (Taxa de Desemprego/Fev; Balanço Fiscal); Chile (Produção Manufatureira/Fev, Desemprego/Fev)
• Bancos centrais: Pronunciamento de Ben Broadbent, do Banco da Inglaterra (BoE)
-- Com informações de Bloomberg News