São Paulo — Após um hiato de três anos devido à pandemia da covid, a edição brasileira do festival de música Lollapalooza movimentou R$ 421,8 milhões na capital paulista, incluindo gastos com produção, montagem, patrocínios, além das despesas dos turistas e moradores da cidade com hospedagem, transporte, alimentação, compras e outros. Deste total, o gasto direto só de turistas foi de R$ 123 milhões. A estimativa é de uma pesquisa feita pela Prefeitura de São Paulo, por meio do Observatório de Turismo e Eventos da São Paulo Turismo (SPTuris, empresa municipal de turismo e eventos), divulgada hoje (29).
O estudo revelou o perfil do público no evento, composto por 53,1% de pessoas de fora da cidade, sendo que a maioria desses turistas era do interior de São Paulo, seguido por visitantes dos Estados do Rio de Janeiro e de Minas Gerais. O tempo de permanência dos visitantes de outras cidades na cidade foi, em média, de 4,2 dias.
Com a retomada de eventos, a capital paulista deve ficar movimentada o ano inteiro, segundo expectativa do presidente da SPTuris, Gustavo Pires. “A prefeitura apresentou há menos de uma semana o Calendário de Eventos Estratégicos da cidade e o Lolla foi o primeiro megaevento que já gerou todo esse impacto, mostrando que a cidade tem muito a ganhar com a realização de grandes eventos”, comentou em nota.
O Lollapalooza Brasil foi realizado no Autódromo de Interlagos de 25 a 27 de março, levando 302 mil pessoas nos três dias de evento, segundo a SPTuris. O festival foi organizado pela Time For Fun (SHOW3), cuja ação atingiu, nesta terça-feira (29), sua maior cotação (R$ 4,87) desde 10 de outubro de 2021 (R$ 4,88), acumulando valorização de 33% em uma semana, 45% em um mês e 33% em 12 meses.
Veja alguns destaques do festival
- Polêmica eleitoral: a cantora Pablo Vittar, em seu show no primeiro dia do evento (25), mostrou uma toalha com a imagem do ex-presidente Lula, pré-candidato do PT à Presidência da República. O caso fez o PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, pedir ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) a proibição de manifestações eleitorais no festival, que foi acatada pela corte. Outros artistas reagiram, denunciando censura, e exibiram mensagens de “Fora Bolsonaro”. O PL acabou desistindo da ação
- Sucesso de Anitta: a cantora brasileira, que liderou por três dias a parada global na plataforma de streaming Spotify por seu hit sensual Envolver, se apresentou ao lado da americana Miley Cyrus, no sábado (26). Houve ainda uma homenagem ao baterista do Foo Fighters, Taylor Hawkins, 50, encontrado morto em um quarto de hotel em Bogotá, onde tocaria na edição colombiana do festival. Há suspeita de overdose por uso de drogas. A apresentação da banda no domingo (27) em São Paulo foi cancelada
- Desorganização: o retorno do festival foi marcado pela desorganização. Consumidores que pagaram taxas para receber a pulseira de acesso ao evento em suas casas reclamaram. O Procon-SP chegou a acionar a Time For Fun. Filas quilômetricas na av. rigadeira Luís Antonio, na calçada do teatro Renault, da Time For Fun, entraram a noite nos dias anteriores ao festival com clientes tentando receber a pulseira. No autódromo, não havia postos de entrega nas saídas próximas da estação de trem
- Comércio irregular: As vias de acesso ao autódromo foram tomadas pelos ambulantes. Cigarros eletrônicos eram vendidos nas ruas, mesmo com a proibição desse comércio. Dentro do autódromo, clientes se queixaram das dificuldades de colocar créditos em suas pulseiras devido à pouca disponibilidade de caixas e às longas filas. Com a chuva, os participantes sujaram seus calçados porque o solo estava molhado, com barro. A saída do autódromo teve multidões confusas tentando deixar o lugar
Leia também
Venda de ingressos para turnê de Chris Rock saltam após tapa no Oscar