Bloomberg Línea — O Banco Central tem planos de contingência para manter o funcionamento dos sistemas críticos para a população, os mercados e as operações das instituições reguladas, como o STR, Pix, a Selic, entre outros, informou a autarquia nesta terça-feira (29), em comunicado.
O esclarecimento é em resposta à decisão dos servidores do Banco Central de entrar em greve por tempo indeterminado a partir de 1º de abril, em movimento aprovado na segunda-feira (28) em assembleia. Os funcionários pedem a extensão dos aumentos aprovados para os policiais federais no Orçamento de 2022.
Segundo nota publicada nesta manhã no site da instituição, o Banco Central “reconhece o direito dos servidores de promoverem manifestações organizadas” e “confia na histórica dedicação, qualidade e responsabilidade dos servidores e de seu compromisso com a Instituição e com a sociedade”.
Por que os servidores do Banco Central vão entrar em greve?
Desde a última semana, os servidores do BC estavam fazendo paralisações diárias das 14h as 18h, o que chegou a afetar a divulgação de dados e indicadores tradicionais do órgão.
Nesta segunda, o boletim Focus, que traz projeções dos principais agentes de mercado sobre o crescimento do PIB, a inflação e os juros no país, foi publicado com uma hora e meia de atraso, enquanto os relatórios de contas externas, do mercado de crédito e sobre as contas públicas, estatísticas mensais divulgadas pelo BC, foram suspensos por tempo indeterminado.
Segundo comunicação do órgão em grupo com jornalistas, a notas serão “publicadas assim que possível”.
De acordo com o sindicato da categoria, a greve foi aprovada por 91% dos 1.300 funcionários da ativa. A reivindicação é por reajuste de 26,3%, além da reestruturação da carreira de analista.
O Sindicato Nacional dos Auditores e Técnicos Federais de Finanças e Controle (Unacon Sindical), ligado ao Tesouro Nacional, também convocou assembleia para esta terça para deliberar sobre a possibilidade de greve por tempo indeterminado.
O Pix pode ser afetado pela greve?
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse na última quinta-feira (24) que “respeita o direito dos funcionários”.
Segundo ele, em fala durante a conferência sobre o Relatório Trimestral de Inflação, os funcionários “têm um enorme senso de responsabilidade e que temos esquemas de contingência caso algo mais severo aconteça”.
Um plano de contingência é o planejamento preventivo de uma organização para atuar durante um evento que afete as atividades normais. Campos Neto e a equipe de comunicação do Banco Central não deram mais detalhes sobre como o plano funcionará durante a greve.
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