Bloomberg — Os mercados de ações abrem a semana num ritmo cauteloso, com a invasão da Rússia na Ucrânia entrando em seu segundo mês e as perguntas sobre o impacto econômico de uma política monetária mais rígida dos EUA para combater a inflação alta.
Os futuros de ações estavam estáveis para os EUA e anteriormente apontavam para aberturas fracas no Japão e na Austrália. Nova onda de restrições na China, por causa de casos de Covid em Xangai, pode minar o clima quando os mercados em Hong Kong e no restante da Ásia começarem a ser negociados mais tarde.
Os rendimentos de títulos subiram na Austrália e na Nova Zelândia em meio à pressão sobre os títulos decorrentes de um possível aperto da política monetária em nível global.
Na renda fixa, rendimento do Tesouro dos EUA de 10 anos para quase 2,5% na semana passada, ultrapassando uma linha de tendência técnica que serviu efetivamente como teto desde o final dos anos 1980.
O barril do petróleo bruto recuou para cerca de US$ 111. O dólar opera misto em relação aos principais pares, com o iene em torno da maior baixa em relação ao dólar dos últimos seis anos.
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A guerra continua a interromper a oferta de commodities-chave, alimentando os riscos de inflação que estão contribuindo para as expectativas de um aperto mais agressivo da política monetária do Federal Reserve. Esse pano de fundo tem o potencial de injetar mais volatilidade em ações, títulos e moedas.
“O Fed está tentando projetar um pouso suave”, disse Saira Malik, diretora de investimentos da Nuveen, à Bloomberg Television. “Os mercados de ações estão comprando e os mercados de títulos não.”
Malik disse que espera apenas um impacto moderado no crescimento global da guerra na Ucrânia e acrescentou que a expansão econômica será forte o suficiente para superar a inflação.
As conversas entre negociadores ucranianos e russos serão retomadas nesta semana, segundo autoridades. Enquanto isso, autoridades dos EUA estão no controle de danos depois que o presidente Joe Biden disse que Vladimir Putin “não pode permanecer no poder” – o que provocou reações negativas de aliados americanos na Europa. O secretário de Estado Antony Blinken disse que os EUA não têm uma estratégia de mudança de regime.
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As ações globais se recuperaram das baixas provocadas pela invasão, mas permanecem dúvidas sobre o quanto essa recuperação pode durar.
Pode ser que o que estamos vendo seja “mais uma recuperação do mercado em baixa”, escreveu Chris Weston, chefe de pesquisa da Pepperstone Financial Pty, em nota. Ele acrescentou que os fluxos de investimento relacionados ao reequilíbrio da carteira no final de março e no primeiro trimestre podem levar a “movimentos grandes e questionáveis”.
Alguns dos principais movimentos nos mercados:
Ações:
Os futuros do S&P 500 estavam estáveis às 7h08 em Tóquio. O S&P 500 subiu 0,5% na sexta-feira
Os futuros do Nasdaq 100 subiram 0,1%. O Nasdaq 100 caiu 0,1% na sexta-feira
Futuros do Nikkei 225 subiram 0,5%
Os futuros do índice S&P/ASX 200 da Austrália subiram 0,4%
Futuros do índice Hang Seng (Hong Kong) subiram 1,3% antes
Câmbio:
O iene japonês estava cotado em 122,17 por dólar
O yuan offshore estava em 6,3894 por dólar
O Bloomberg Dollar Spot Index caiu 0,1% na sexta-feira
O euro estava em US$ 1,0981
Títulos:
O rendimento dos títulos do Tesouro de 10 anos avançou 10 pontos base para 2,47%
O rendimento de 10 anos da Austrália subiu 10 pontos base para 2,88%
Commodities:
O petróleo bruto West Texas Intermediate subiu 1,4%, para US$ 113,90 o barril
O ouro estava em US$ 1.958,29 a onça
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