Bloomberg — Um novo fundo negociado em bolsa está explorando o caso de amor dos EUA com fortes líderes corporativos - mas deixando de fora dois de seus mais famosos pioneiros em tecnologia.
O ETF Return on Character, lançado na quinta-feira, visa ações de empresas lideradas por diretores executivos de “alto caráter”, de acordo com documento enviado à SEC, a Comissão de Valores Mobiliários americana.
A estratégia do fundo usa um modelo baseado em “integridade, responsabilidade, perdão e compaixão”, disse a gestora ROC Investments em comunicado.
Entre os líderes cujas empresas não entraram estão Elon Musk e Mark Zuckerberg. Os primeiros dados mostram que nem a Tesla (TSLA) nem a Meta (FB) estão no portfólio, enquanto ações de rivais como Apple (AAPL) e Amazon (AMZN) - dirigidas por Tim Cook e Andy Jassy - estão entre as principais participações.
Dan Cooper, gestor de portfólio e fundador da ROC Investments, disse que a pesquisa da empresa determina quais ações entram, não a popularidade ou valor de mercado. Ele não quis comentar por que Tesla e Meta ficaram de fora no lançamento.
“Seria maravilhoso se um dia toda a Fortune 500 estivesse na lista”, disse Cooper. “Não vejo isso como uma coisa estática.”
A proposta do fundo pode não parecer muito séria, mas toca em um dos debates mais antigos da gestão corporativa: quanta diferença faz um CEO?
Enquanto alguns rejeitam a tendência de atribuir o sucesso de uma empresa a um indivíduo, estudos apresentam uma visão mais sutil. Alguns destacam o dano causado pela perda de um bom líder. Mas um executivo de alto desempenho também precisa de uma boa empresa para ter sucesso.
“Esse negócio de ciência do caráter é um trabalho em desenvolvimento”, disse Cooper. “Como uma nova área de pesquisa, esperamos ser cada vez melhores a cada ano.”
Os gestores do ETF usam ferramentas proprietárias para analisar a linguagem pública dos CEOs de cerca de 1.000 das maiores empresas nos EUA. Há uma avaliação comportamental, uma avaliação de “controvérsia” e pontuação de caráter antes que um portfólio seja formado com 75 a 150 empresas. Uma reavaliação completa será feita anualmente.
Musk e Zuckerberg sofreram, cada um, sua parcela de controvérsia.
O CEO da Tesla, que não costuma medir palavras, atraiu escrutínio de reguladores por seu uso do Twitter, e um post de 2018 sobre o fechamento da empresa terminou em uma multa de US$ 20 milhões e a renúncia de Musk como presidente.
Zuckerberg enfrentou uma série de problemas na Meta, incluindo uma ação judicial baseada na denúncia de uma ex-funcionária de que a plataforma de mídia social da empresa afeta negativamente a saúde mental dos adolescentes.
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