Bloomberg Línea — Os mercados domésticos vivem mais um dia de manutenção da queda do dólar e alta da bolsa. O principal índice da B3 (IBOV) avança na manhã de hoje (25), apesar dos mercados acionários americanos operarem em direções mistas.
O registro de inflação medido pelo IPCA-15, uma prévia do dado oficial cheio no fim do mês, surpreendeu até mesmo os mais pessimistas e superou as estimativas - o que leva o foco, mais uma vez, para as movimentações do Banco Central.
Após movimentar os mercados na véspera, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, participa nesta sexta de evento virtual promovido pelo Central Reserve Bank of Peru em parceria com o Banco de Compensações Internacionais. Ontem (24), o dólar apagou queda e passou a subir após o chefe da autarquia sinalizar que o ciclo de alta de juros pode terminar já em maio. Segundo o presidente do BC, uma alta adicional de juros em junho “não é o cenário mais provável”.
- Perto das 10h45, o Ibovespa subia 0,25%, a 119.350 pontos
- O dólar caía 0,73%, a R$ 4,79. Os vencimentos dos juros recuavam. O DI para janeiro de 2023 caía de 12,840% para 12,780%
- Nos EUA, o Dow Jones subia 0,25%, o S&P 500, 0,23%, e o Nasdaq operava em estabilidade
Contexto
O IPCA-15 teve alta de 0,95% em março, recuando levemente em relação aos 0,99% registrados no mês anterior com maior impacto do setor de Alimentação e Bebidas. Conforme divulgação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (25), nos últimos 12 meses, o indicador acumula alta de 10,79% e de 2,54% no ano.
Conforme Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, “estruturalmente, com um IPCA-15 acumulado em 12 meses de 10,8% não tem como afirmar que a divulgação foi benigna”. “Mas é fundamental apontar que o avanço dos núcleos olhados pelo BC perdeu ímpeto”, completou.
“Para o IPCA fechado do mês deveremos permanecer com perspectiva ao redor de 1,0% ao passo que itens relevantes que variação repetida vieram mais fracos e apostamos em uma repetição da taxa de perfumes para o fechamento do mês. Muito em breve mandaremos nossa curva atualizada. O ano deverá permanecer em 5,9%.”
No exterior, os investidores continuam a lidar com as ramificações da invasão e isolamento da Rússia, incluindo custos elevados de matérias-primas que alimentaram expectativas de inflação mais alta e aumentos mais agressivos das taxas de juros do Federal Reserve. Partes-chave da curva de juros do Tesouro dos EUA continuam a se achatar ou estão invertidas. Isso está agitando o debate sobre se o mercado de títulos está sinalizando uma forte desaceleração econômica ou mesmo uma recessão à frente.
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