Breakfast

Não se esqueça da crise hídrica

Também no Breakfast: Mercados sobem, mas reuniões sobre guerra fomentam prudência e tensão; Guerra muda cara do comércio global de commodities agrícolas e Grifes internacionais procuram ‘couro sustentável’ no Brasil

24 de Março, 2022 | 06:46 AM
Tempo de leitura: 6 minutos

Bom dia! Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças.

A bandeira de escassez hídrica, que adicionou R$ 14,20 às faturas de energia elétrica para cada 100 kWh consumidos, termina agora em abril e um fator foi determinante para o fim da nova tarifa: a melhora no nível dos reservatórios de água no país.

Nos primeiros meses do verão, a região sudeste do Brasil registrou um número recorde de eventos extremos de chuva e índices bastante elevados em janeiro de 2022, de acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET).

Apesar de momentaneamente positivos, no entanto, esses dados mostram que o cenário atual “nos torna cada vez mais dependentes dos regimes de chuva, extremamente suscetíveis às mudanças climáticas”, avalia o The Nature Conversancy (TNC).

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Lembrando que a crise hídrica atravessada pelo país em 2021 foi a pior em 90 anos, segundo o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE). A situação, aliás, foi determinante para que a Aneel instituísse, em agosto de 2021, a bandeira de escassez hídrica.

🔴 Diante de um clima cada vez mais extremo, especialistas alertam para a importância de medidas que garantam a segurança hídrica, como fazer uma gestão adequada das bacias hidrográficas.

Sob um alto custo climático, analistas confirmam que a temporada de chuvas acima da média contribuiu para a retomada dos reservatórios brasileiros

Na trilha dos Mercados

Um mês de guerra e uma agenda com eventos decisivos no campo diplomático. O dia de hoje, que também está carregado de indicadores macroeconômicos globais, requer dos investidores atenção total.

Dentre os principais eventos, em Bruxelas, estão um encontro dos G-7 e uma cúpula extraordinária dos líderes da OTAN, das quais participa também o presidente dos Estados Unidos Joe Biden.

Uma das metas deste último encontro é fortalecer a Aliança Atlântica e articular a entrega de mais suprimentos à Ucrânia, com equipamentos de proteção contra ameaças químicas, biológicas e nucleares.

🇪🇺 O preço da dependência

Outro ponto crucial e muito esperado pelos mercados diz respeito à nova rodada de sanções, sobretudo aquelas que dizem respeito ao embargo de petróleo e gás provenientes da Rússia. Ainda há resistências com relação a um embargo total, já que a Europa é muito dependente das matérias-primas energéticas russas.

Mesmo quando os EUA dizem que o país e a União Europeia estão próximos de um acordo para reduzir a dependência da Europa da energia russa, o chanceler alemão Olaf Scholz advertiu ontem que parar as importações de energia russa “significaria mergulhar o país e toda a Europa em uma recessão”.

Enquanto isso, o presidente russo Vladimir Putin avisou de seus planos de que “países hostis” paguem pelo gás em rublos, um movimento que favorece a moeda russa (ontem, o rublo subiu 8,81% frente ao dólar) e pressiona ainda mais os já disparados preços das commodities energéticas.

🧩 Mais peças importantes

Geopolítica à parte, a agenda também está carregada de indicadores PMIs, que medem as compras pelas indústrias, e falas de membros de alguns dos principais bancos centrais mundiais.

✳️ Prudência será a palavra de ordem ao longo da sessão. Nas primeiras operações do dia, antes das reuniões-chave de hoje, as bolsas europeias e os futuros de índices nos EUA subiam.

Um panorama dos mercados na primeira hora do dia

🟢 As bolsas ontem: Dow (-1,29%), S&P 500 (-1,23%), Nasdaq (-1,32%), Stoxx 600 (-1,01%), Ibovespa (+0,16%)

A disparada dos preços das commodities de energia e o risco potencial de uma escalada da guerra afetaram a disposição dos investidores ao risco. As ações caíram em ambos os lados do Atlântico, após atingirem seus níveis mais altos em um mês na sessão anterior. Além disso, o mercado internacional repercutiu a queda inesperada nas vendas de casas novas nos EUA e também da confiança do consumidor na Zona do Euro, esta última no nível mais baixo desde maio de 2020, época do grande lockdown.

Saiba mais sobre o vaivém dos Mercados

No radar

Esta é a agenda prevista para hoje:

Feriado na Argentina (Dia Nacional da Memória pela Verdade e Justiça)

Indicadores PMIs: Estados Unidos, União Europeia, Alemanha, França, Espanha, Reino Unido, Japão

EUA: Pedidos Iniciais de Seguro-Desemprego, Pedidos de Bens Duráveis/Fev, Transações Correntes/4T21, Estoques de Gás Natural, Índice de Atividade Industrial Fed Kansas/Mar, Atividade das Refinarias de Petróleo pela EIA

Europa: Zona do Euro (Cúpula de Líderes da UE; Massa Monetária M3); Reino Unido (Confiança do Consumidor GfK/Mar; Vendas no Varejo/Mar, Indicador IFO de Clima Empresarial), Itália (Confiança do Consumidor e do Setor Manufatureiro)

Ásia: Japão (IPC Tóquio/Mar)

América Latina: Brasil (Relatório Trimestral de Inflação, Reunião do CMN); México (Decisão sobre Taxa de Juros, IPC/Mar, Vendas no Varejo/Jan)

Bancos Centrais: Relatório Mensal do BCE. Discursos de Frank Elderson (BCE), Catherine Mann (BoE), Christopher Waller (Fed), Charles Evans (Fed), James Bullard (Fed), Johannes Beermann (Bundesbank)

📌 E para amanhã:

EUA: Expectativas de Inflação a 5 anos/Mar e Confiança do Consumidor - Michigan/Mar; Vendas Pendentes de Moradias/Fev)

Europa: Cúpula de líderes da União Europeia. Zona do Euro (Massa Monetária M3, Empréstimos ao Setor Privado); Alemanha (Índice Ifo de Clima de Negócios/Mar); Reino Unido (Vendas no Varejo/Fev); Espanha (PIB/4T21); Itália (Confiança Empresarial/Mar)

América Latina: Brasil (Confiança do Consumidor FGV/Mar; IPCA-15/Mar)

Bancos Centrais: Discursos de Catherine Mann (BoE) e dos membros do Fed John Williams, Thomas Barkin e Christopher Waller

Destaques da Bloomberg Línea

Petrobras ganha mais tempo para negociar venda de refinarias

Dólar barato provoca corrida por papel moeda no Itaú e Bradesco

Após anos de reclamações, Instagram volta com recurso de ordem cronológica

Guerra muda cara do comércio global de commodities agrícolas

Também é importante

Mesmo com aquecimento do mercado, indivíduos estão deixando a bolsa devido a questões tributárias

• Bolsas dos EUA sofrem debandada de investidor pessoa física. O momento para sair da bolsa não é dos melhores, mas investidores pessoa física que enfrentaram o tombo do mercado acionário dos Estados Unidos em janeiro e fevereiro estão batendo em retirada enquanto as ações sobem.

Ministério da Saúde determina 2ª dose de reforço para idosos acima de 80 anos. A aplicação deve ser feita quatro meses após a primeira dose de reforço contra covid, ou terceira dose.

• Grifes internacionais como H&M procuram ‘couro sustentável’ no Brasil. Desde 2008, quando o Greenpeace divulgou seu relatório intitulado “A farra do boi na Amazônia”, em que ligava o desmatamento na região com a produção de carne e couro, chegando até aos produtos produzidos por Adidas, BMW, Honda, Gucci, Nike, Toyota, entre outras, que as grandes grifes tentam se desassociar da fama de compradores de couro proveniente de áreas desmatadas.

Jair Bolsonaro volta a culpar isolamento social por desemprego e perda de renda. O presidente esteve ontem em Quixadá, no sertão do Ceará, e voltou a culpar os governadores pela crise econômica do país. Segundo ele, o “desemprego e a queda de renda” foram causados pelas políticas de isolamento social adotadas para enfrentar a pandemia, sob orientação da OMS.

Opinião Bloomberg

Serviços de entrega de comida terão dificuldade para superar inflação

A inflação está começando a afetar os caros hábitos pandêmicos dos consumidores. Seja escolhendo jantares de restaurantes para serem entregues à sua porta ou kits para o preparo de refeições em casa, muitas pessoas priorizaram a conveniência sobre o custo nos últimos dois anos. O ramo de entrega de alimentos se beneficiou muito disso. Algumas das principais plataformas nos Estados Unidos, incluindo a DoorDash e o Uber Eats, tiveram taxas de crescimento de três dígitos, fomentadas pelos temores relacionados à covid e pela proibição de abertura dos restaurantes.

Pra não ficar de fora

Imagens do Bored Ape Yatch Club foram adquiridas em janeiro por US$ 1,1 milhão e investimento que já oferece um retorno de quase 24%

Muita gente se questionou sobre quais as razões que levaram o atacante do Paris Saint-Germain Neymar Jr. a investir US$ 1,1 milhão em duas NFTs de ilustrações de macacos coloridos em janeiro deste ano. Uma das possíveis respostas pode ter surgido na semana passada.

No último dia 17 de março, começaram a ser negociadas as ApeCoins, a moeda oficial da comunidade Bored Ape Yatch Club (BAYC), a coleção de NFTs mais valiosa lançada até o momento, de propriedade do Yuga Lab, que inclui ainda macacos mutantes (MAYC) e os pets (Kennel Club).

🐵 Os dois macaquinhos coloridos adquiridos por Neymar fazem parte dessa valiosa coleção. E, como dono de duas dessas imagens, o jogador ganhou o direito de resgatar 10.094 ApeCoins para cada uma de suas NFTs.

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Edição: Michelly Teixeira | News Editor, Europe

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