EUA anunciam novas sanções a parlamentares e setor de defesa da Rússia

Segundo altos funcionários do governo, medidas serão seguidas por outras para reduzir a dependência da Europa do petróleo e do gás russo

Herman Gref, chefe do Sberbank da Rússia e conselheiro do presidente Vladimir Putin
Por Jenny Leonard - Jordan Fabian - Josh Wingrove
24 de Março, 2022 | 10:58 AM

Bloomberg — Os Estados Unidos anunciaram um novo pacote de sanções às elites russas, legisladores e empresas de defesa, punições destinadas a aumentar a pressão sobre Moscou por sua invasão da Ucrânia.

As medidas anunciadas nesta quinta-feira (24) durante as reuniões de cúpula entre o presidente Joe Biden e a Otan, bem como o Grupo dos Sete (G-7), serão seguidas por outras para reduzir a dependência da Europa do petróleo e do gás russo – a força vital da economia do país, segundo altos funcionários do governo.

Os EUA imporão sanções de bloqueio total a mais de 400 indivíduos e entidades, incluindo a Duma, a câmara baixa do parlamento russo, e 328 de seus membros, mais de uma dúzia de elites russas e 48 empresas de defesa russas.

As sanções atingirão Herman Gref, chefe do Sberbank da Rússia e conselheiro do presidente Vladimir Putin; o bilionário russo Gennady Timchenko, suas empresas e seus familiares; bem como 17 membros do conselho da instituição financeira russa Sovcombank.

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Segundo a Casa Branca, entre as empresas de defesa sancionadas estão a Russian Helicopters, Tactical Missiles Corporation, High Precision Systems, NPK Tekhmash OAO e Kronshtadt.

Um acordo com os países da União Europeia para reduzir sua dependência das fontes de energia russas deve ser anunciado na sexta-feira (25), de acordo com um alto funcionário do governo, que se recusou a detalhar as medidas.

Os EUA e a UE estão trabalhando em um acordo para garantir que o suprimento americano de gás natural e hidrogênio vá para os estados membros europeus em um esforço para acabar com sua dependência de combustíveis russos, informou a Bloomberg News na quarta-feira (23).

Os líderes do G-7 concordaram com uma iniciativa para coordenar a aplicação das sanções para que os países possam responder conjuntamente a qualquer tentativa de evadir as medidas. Estas incluem a proibição de transações em ouro com o banco central russo e um apelo para restringir o acesso da Rússia a empréstimos do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial.

A UE está considerando apertar ou expandir as sanções existentes contra a Rússia em coordenação com os EUA, enquanto se abstém de novas medidas importantes para cortar as compras de petróleo e gás em meio a uma divisão cada vez maior dentro do bloco sobre como limitar a maior fonte de receita de Moscou.

Quaisquer novas medidas que os países possam concordar nesta semana seriam limitadas em escopo e possivelmente focadas em fechar brechas, de acordo com um diplomata da UE.

A Europa continua comprando carvão, petróleo e gás da Rússia, enquanto as transações relacionadas à energia estão isentas de sanções financeiras, protegendo alguns dos maiores bancos da Rússia da maior parte das penalidades.

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