Chefes do Fed se dizem prontos a agir com vigor contra inflação

Vários dirigentes estão pressionando para antecipar as ações necessárias para esfriar a economia

“Estamos preparados para fazer o que for preciso para garantir a estabilidade de preços, que claramente ninguém pensa que temos agora”
Por Laura Curtis - Olivia Rockeman e Steve Matthews
24 de Março, 2022 | 02:20 PM

Bloomberg — Autoridades do Federal Reserve disseram que os americanos devem levá-las a sério quando dizem que vão combater a inflação e repetiram que um aumento de juros de 0,5 ponto percentual está sendo considerado para a próxima reunião em maio.

“Estamos preparados para fazer o que for preciso para garantir a estabilidade de preços, que claramente ninguém pensa que temos agora,” disse a presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, durante o Bloomberg Equality Summit na quarta-feira, acrescentando que também apoiaria um aumento de 0,25 ponto percentual se for essa a alta necessária.

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Os investidores aumentaram as apostas em uma alta de meio ponto percentual na reunião de 3 a 4 de maio depois que o presidente Jerome Powell disse na segunda-feira que o banco central americano está preparado para tomar tal medida, se necessário, para controlar as pressões de preços mais fortes em 40 anos.

Desde então, outras autoridades se alinharam com Powell para enfatizar a necessidade de enfrentar a inflação apesar da incerteza causada pela invasão da Ucrânia pela Rússia. Vários dirigentes estão pressionando para antecipar as ações necessárias para esfriar a economia.

O Fed elevou a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual na semana passada, o primeiro aumento desde 2018. As projeções da instituição sinalizam mais seis aumentos este ano para 1,9%, subindo para 2,8% até o final de 2023.

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A presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester, que é a favor de aumentar a taxa básica para 2,5% este ano, disse na quarta-feira que o Fed “precisará fazer alguns movimentos” de meio ponto percentual para chegar lá. “Não quero pressupor que serão todas as reuniões daqui até julho, mas acho que precisamos ser mais agressivos logo, de preferência.”

Mester é uma das autoridades com poder de voto esse ano no Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), que determina a taxa básica.

O índice de preços ao consumidor americano subiu para 7,9% em fevereiro, a maior inflação desde 1982. A meta de inflação de 2% do Fed é baseada em outro indicador, o índice de preços de gastos com consumo pessoal, que registrou alta de 6,1% nos 12 meses até janeiro.

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O chefe do Fed de St. Louis, James Bullard, que projeta taxas acima de 3% até o final do ano, disse em outro evento que as autoridades deveriam agir mais rapidamente porque a pandemia causou desequilíbrios significativos de oferta e demanda na economia dos EUA.

“Temos que pensar com mais ambição talvez do que no passado”, disse ele. “O comitê terá que garantir que mantenhamos a credibilidade da nossa meta de inflação.” Bullard, que na última reunião defendeu um aumento de meio ponto percentual, citou o ciclo de aperto de 1994 a 1995 como o modelo a ser seguido.

De 1994 ao início de 1995, o Fed sob o comando de Alan Greenspan, elevou as taxas de 3% para 6% e conseguiu uma “aterrissagem suave” para a economia com a inflação sob controle e um forte crescimento. Powell, que muitas vezes elogiou Greenspan como modelo, citou o aperto como um exemplo de seu objetivo para a economia.

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