Bloomberg — O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que um movimento adicional da Selic em junho não é o mais provável, sinalizando que o atual ciclo de alta de juros pode acabar já em maio. Os comentários tiveram forte impacto nas taxas de juros mais curtas e desacelerou o ritmo de desvalorização do dólar, que havia testado o patamar de R$ 4,77 no final da manhã desta quinta-feira.
Segundo Campos Neto, uma alta adicional de juros em junho “não é o cenário mais provável” mas, diante de um ambiente muito volátil, o Banco Central precisa considerar as diversas possibilidades.
Para o presidente do BC, se o cenário internacional se agravar e ocorrer um outro choque com impacto nas expectativas, BC poderá repensar o cenário com um movimento adicional em junho.
Segundo Campos Neto, o BC tem instrumentos para cumprir a meta de inflação em 2023 e 2024. Ele reconheceu que a recente valorização do real compensa alta de commodities como grãos e metais, mas não no caso do petróleo.
Na avaliação do BC, o chamado horizonte relevante da política monetária será integralmente 2023 já partir da próxima reunião do Copom, segundo Fernanda Guardado, diretora interina de Política Econômica do BC.
Reação dos mercados
Após os comentários de Campos Neto, o dólar passou a operar perto da estabilidade e terminou o dia negociado a R$ 4,83. No final da manhã, a moeda americana chegou a ser cotada a R$ 4,76, no menor nível desde março de 2020.
Já as taxas de juros mais curtas, que estavam pressionadas após a divulgação do relatório de inflação, passaram a ceder. A taxa do DI para janeiro de 2023 recuou de 12,975 para 12,84%. Já a taxa do DI para janeiro de 2025 recuou de 12,065% para 11,71%.
(Atualizado às 18h com cotações do fechamento)
Com informações de Bloomberg News
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