Bloomberg Línea — Ainda que tenham sido duramente afetadas de forma desproporcional no trabalho durante a pandemia da covid (64% contra 52% dos homens), as mulheres da América Latina tiveram um papel fundamental na criação de novos negócios e contribuíram para a geração de empregos na região durante o ano de 2021.
É o que mostram os resultados do Mastercard Index of Women Entrepreneurs (MIWE), índice da Mastercard divulgado nesta quarta-feira (23) que mapeia as condições do empreendedorismo feminino e analisa os fatores socioeconômicos que motivam ou impedem mulheres de progredir e prosperar nos negócios.
Baseado em uma pesquisa com 65 economias que representam 82,4% da força de trabalho feminina, foram usados 12 indicadores e 27 subindicadores que avaliam três componentes centrais: resultados do progresso das mulheres, treinamento e acesso ao financiamento e, por último, condições para o empreendedorismo - item que o Brasil se destaca.
O que diz o estudo
Dos três componentes principais avaliados pelo índice, o Brasil ocupa uma posição de destaque no que diz respeito ao avanço de condições para mulheres empreenderem ao longo do ano 2021, seguido do Chile e da Colômbia.
Além disso, o Brasil é citado ao lado de outras economias de renda média-alta da região, como Costa Rica, Uruguai e Colômbia, ao mostrar um “progresso notável das mulheres de negócios”, superando até mesmo economias desenvolvidas como Espanha, França, Alemanha e Reino Unido.
Na esteira deste resultado, a Colômbia lidera a categoria “Mulheres Líderes Empresariais”, com 55% dos cargos de liderança ocupados por mulheres. Outro dado em que a Colômbia se destaca é no aumento de mulheres em idade ativa que decidiram iniciar um negócio em 2021: o percentual fica em 9,3% para mulheres e 8,4% para homens, seguido do Uruguai, com 7,5% para mulheres ante 4,0% para homens.
Já a Argentina é o único país da região a aparecer entre os 20 melhores países do mundo no indicador que diz respeito a treinamento e acesso ao financiamento para empreender. O país é seguido pelo Uruguai e Chile, que também se destacam pela atividade empreendedora na região.
Na ponta negativa, o estudo chama a atenção para o alto impacto na taxa de desemprego da força de trabalho feminina durante a pandemia, sendo a América Latina a mais afetada no período: todos os países da região registraram queda na participação das mulheres no mercado de trabalho no mesmo período.
Nesta lista, o Peru aparece como o país mais afetado, com queda de 7,5%, seguido da Colômbia, queda de 5,9%, Brasil, com recuo de 5,8%, Equador, queda de 5,8 %, Costa Rica, queda de 5,5%, Argentina queda de 5,4%, Uruguai e México, ambos com queda de 4,8%, e Chile, com menos 4,5% de participação das mulheres.
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