Breakfast

Gilmar Mendes e a Lava Jato

Também no Breakfast: Bolsas, prêmios de bônus e petróleo em baixa. Bateria de indicadores e bancos centrais dão o tom; Gradiente se manifesta sobre disputa com Apple sobre marca “iphone” e As 7 melhores cidades para empreender fora do eixo Rio-São Paulo

23 de Março, 2022 | 07:30 AM
Tempo de leitura: 6 minutos

Bom dia! Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças.

Decano do Supremo Tribunal Federal  (STF), o ministro Gilmar Mendes descarta que haja risco de contestação do resultado das eleições deste ano porque, segundo ele, o país construiu um modelo estável de eleições livres, transparentes e historicamente com alternância de poder.

Em entrevista exclusiva à Bloomberg Línea, ele afirmou que personagens como o ex-ministro Sergio Moro não têm tido muito sucesso na política. “Fazem um mandato e depois já não conseguem mais.”

Crítico da Lava Jato, Mendes diz que a operação deixou “um legado de como não fazer determinadas coisas.” E sobre as nulidades decretadas pelo STF na Lava Jato, como a que reabilitou o ex-presidente Lula para o jogo eleitoral, Gilmar é categórico: “Quem anulou trabalho foi quem fez mal feito.”

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O ex-juiz da Lava Jato e ex-ministro Sergio Moro respondeu às críticas que recebeu do ministro Gilmar Mendes. Disse Moro, no Twitter: “Talvez a única forma de escapar dos descabidos ataques e das ofensas do ministro seja praticar um crime de corrupção”.

Leia mais:  

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• Moro diz que só corrupto escapa de ‘ataques e ofensas’ de Gilmar Mendes

"Quem anulou o trabalho foi quem fez mal feito."

Na trilha dos Mercados

Entre os discursos de dirigentes de bancos centrais e indicadores que refletirão os primeiros impactos, diretos ou indiretos, da guerra, os investidores terão muito que avaliar.

Nas últimas sessões, as bolsas mostraram certa complacência diante do noticiário envolvendo guerra, inflação e aperto monetário. Porém, a bateria de dados que está para sair testará a aceitação dos investidores ao risco.

🧩 Inflação x Crescimento

Os pronunciamentos de vários membros de bancos centrais podem dar pistas - ou criar ruídos - sobre o ritmo de expansão econômica. Várias autoridades monetárias, entre elas o Federal Reserve (Fed), declararam a inflação como sua principal inimiga e estão dispostos a fazer de tudo para domá-la. Os investidores se perguntam: a alta dos juros será um remédio excessivamente amargo para a expansão econômica?

📊 Efeitos da guerra

Além disso, os indicadores que estão para sair devem expor os primeiros impactos da guerra sobre a economia e a percepção de consumidores e do empresariado.

O primeiro dado desta manhã foi a inflação no Reino Unido: disparou novamente, para 6,2% em fevereiro, contra os 5,5% registrados em janeiro. Trata-se da maior taxa anual em 30 anos.

Também é grande a expectativa em torno dos indicadores de confiança da Zona do Euro (o ZEW alemão desabou na semana passada) e os PMIs de várias partes do mundo programados para amanhã.

✳️ As bolsas europeias, que passaram boa parte da manhã em alta, há pouco perdiam força. Os futuros de índices norte-americanos operavam no vermelho. Depois da onda vendedora, os títulos soberanos voltavam a se valorizar, discretamente. O petróleo retrocedia, mas ainda se situava em níveis elevados.

Um panorama dos mercados na primeira hora do dia

🟢 As bolsas ontem: Dow (+0,74%), S&P 500 (+1,13%), Nasdaq (+1,95%), Stoxx 600 (+0,85%), Ibovespa (+0,96%)

As bolsas de valores norte-americanas fecharam em alta um dia depois de um tom mais duro do presidente do Fed, Jerome Powell, no combate à inflação. Ao mesmo tempo, um forte movimento de venda no mercado de títulos levou os prêmios dos bônus de curto prazo a registrarem uma das maiores altas diárias em uma década. Além da expectativa de um esfriamento econômico pelo aperto monetário, os investidores conjecturam sobre o impacto, ainda desconhecido, da guerra na Ucrânia. Quanto mais tempo durar, maior o risco de estagflação para a economia global, avaliam os especialistas.

Saiba mais sobre o vaivém dos Mercados

No radar

Esta é a agenda prevista para hoje:

EUA: Juros de Hipotecas de 30 anos; Pedidos de Hipotecas; Índice de Compras MBA; Vendas de Casas Novas/Fev; Estoques de Petróleo Bruto; Atividade das Refinarias de Petróleo pela EIA; Produção de Gasolina; Taxas semanais de Utilização das Refinarias EIA

Europa: Zona do Euro (Confiança do Consumidor/Mar); Reino Unido (IPC, IPP e Índice de Preços no Varejo/Fev; apresentação do Orçamento Anual)

Ásia: Japão (IPC; Índice de Indicadores Antecedentes; PMIs Industrial e do Setor de Serviços/Mar)

América Latina: Brasil (Fluxo Cambial Estrangeiro); Argentina (PIB/4T21 e Balança Comercial/Fev)

Bancos Centrais: Atas da Reunião de Política Monetária do Bank of Japan (BoJ). Os presidentes do BCE e do Fed, Christine Lagarde e Jerome Powell, estarão entre os oradores da cúpula de inovação do BIS, que vai até 23 de março. Pronunciamentos de Andew Bailey (BoE), Joachim Nagel (Bundesbank), Mary Daly (FOMC/Fed)

📌 E para amanhã:

• Feriado na Argentina (Dia Nacional da Memória pela Verdade e Justiça)

• Indicadores PMIs: Estados Unidos, União Europeia, Alemanha, França, Espanha, Reino Unido, Japão

EUA: Pedidos Iniciais de Seguro-Desemprego, Pedidos de Bens Duráveis/Fev, Transações Correntes/4T21, Estoques de Gás Natural, Índice de Atividade Industrial Fed Kansas/Mar, Atividade das Refinarias de Petróleo pela EIA

• Europa: Zona do Euro (Cúpula de Líderes da UE; Massa Monetária M3); Reino Unido (Confiança do Consumidor GfK/Mar; Vendas no Varejo/Mar, Indicador IFO de Clima Empresarial), Itália (Confiança do Consumidor e do Setor Manufatureiro)

• Ásia: Japão (IPC Tóquio/Mar)

• América Latina: Brasil (Relatório Trimestral de Inflação, Reunião do CMN); México (Decisão sobre Taxa de Juros, IPC/Mar, Vendas no Varejo/Jan)

• Bancos Centrais: Relatório Mensal do BCE. Discursos de Frank Elderson (BCE), Catherine Mann (BoE), Christopher Waller (Fed), Charles Evans (Fed), James Bullard (Fed), Johannes Beermann (Bundesbank)

Destaques da Bloomberg Línea

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Também é importante

Empresa de e-commerce pretende encerrar o ano com 12 centros de distribuição e 17 centros de despacho direto no país

• Mercado Livre vai investir recorde de US$ 3,4 bilhões no Brasil em 2022. A varejista latino-americana de comércio eletrônico Mercado Livre investirá R$ 17 bilhões (cerca de US$ 3,4 bilhões) no Brasil este ano, um aumento de 70% em relação aos R$ 10 bilhões em 2021.

Eleições: YouTube muda regras e proíbe ataques ao pleito de 2018. O YouTube mudou suas regras de comunidade para as eleições deste ano.Fica proibida a divulgação de conteúdo que questione a integridade das eleições brasileiras de 2018. Os canais e contas que desrespeitarem as regras podem ser suspensos pelo YouTube ou até cancelados.

• As 7 melhores cidades para empreender fora do eixo Rio-São Paulo. O ranking de 2022 do Índice de Cidades Empreendedoras da Escola Nacional de Administração Pública (Enap), com apoio da Endeavor, rede de apoio ao empreendedorismo, coloca a cidade de São Paulo (a mais populosa do país) na primeira posição como a melhor para empreender. No entanto, é na sequência do ranking que ficaram as surpresas.

• Recuperação judicial: como andam casos de Latam, Oi, Saraiva e Hopi Hari. No Brasil, empresas como Latam, Oi, Saraiva e Hopi Hari enfrentam processos de recuperação judicial nos últimos anos, que despertaram a atenção da mídia brasileira, mas não são os únicos casos no país. Na B3, há 16 companhias abertas em recuperação com ações negociadas.

Opinião Bloomberg

Aço impõe outro grande choque de commodities da guerra na Ucrânia

Joseph Stalin ordenou a construção da Iron & Steel Works em Mariupol em 1930 — um de seus megaprojetos para industrializar a União Soviética. Por um tempo, o complexo foi uma das maiores siderúrgicas do mundo. Quase um século depois, outro líder russo com inclinação stalinista, Vladimir Putin, ordenou sua destruição. As bombas caindo sobre os altos-fornos de Mariupol, cidade ucraniana sitiada pela Rússia, são um símbolo de como a guerra virou o mercado siderúrgico de cabeça para baixo.

Pra não ficar de fora

Automobilística de elétrico de luxo tem apenas 127 veículos circulando no Brasil apesar de BDR ser o mais negociado na B3

Por cerca de R$ 600 mil é possível ter o carro elétrico mais cobiçado do mercado em uma garagem aqui no Brasil. O Tesla Model Y Performance vendido nos Estados Unidos por US$ 65 mil chega ao Brasil pronto para rodar por US$ 115 mil, já com todos os impostos de importação pagos e registros os órgãos oficiais. Com mais R$ 50 mil pagos pelo serviço prestado por um importador e um câmbio de R$ 5, o elétrico é entregue na porta do comprador.

🚙 Apesar do preço ainda salgado, o preço do Tesla no Brasil é competitivo quando comparado ao de veículos de luxo de mesmo valor nos EUA: um Porshe, Corvette ou similar, chega no Brasil por aproximadamente US$ 160 mil.

💰 A diferença está nos impostos. Enquanto a carga tributária que incide sobre o Tesla é de praticamente 48%, o interessado em ter um importado a combustão paga mais de impostos do que o valor do próprio carro.

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Edição: Michelly Teixeira | News Editor, Europe

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