Bloomberg Línea — O Grupo Madero anunciou nesta terça-feira (22) que conseguiu reestruturar a maior parte de sua dívida de curto prazo, considerada por analistas uma ameaça existencial ao futuro da rede de restaurantes. A maior parte da dívida está nas mãos dos bancos - BTG Pactual (BPAC11), Banco do Brasil (BBAS3), Bradesco (BBDC4) e Itaú Unibanco (ITUB4).
A reestruturação da dívida, segundo a empresa, atingiu nove de cada dez reais devidos com prazo inferior a 12 meses, levando os vencimentos “para 5 ou 6 anos”. Em janeiro, o grupo anunciou a desistência do IPO. Em novembro do ano passado, a rede de restaurantes anunciou um acordo para receber aporte de R$ 300 milhões do Carlyle, firma de private equity, para aliviar as contas.
Segundo o comunicado de hoje, foram amortizados R$ 100 milhões em dívidas junto a credores financeiros em 21 de fevereiro. O Madero também participou de emissão de CRA com lastros do Grupo Madero que totaliza R$ 500 milhões, em duas séries, sendo a 1ª remunerada pelo IPCA e a 2ª em CDI, para pagamento em 72 meses e 60 meses, respectivamente.
O endividamento do grupo explodiu durante a pandemia, quando as operações foram afetadas pelas medidas de restrição de circulação. Em setembro do ano passado, a dívida superou R$ 1 bilhão – dois terços deste montante (R$ 667 milhões) com os bancos com vencimento inferior a 12 meses.
Conforme o comunicado divulgado nesta terça, o grupo assinou aditivos aos contratos de dívida com os bancos BTG Pactual, Banco do Brasil e Bradesco, bem como à sua 4ª Emissão de Debêntures, atualmente de titularidade do banco Itaú Unibanco. Os vencimentos destas dívidas foram atualizados para cinco anos (indexadas pelo CDI), com a primeira amortização de principal em setembro de 2023.
Com as negociações, afirma a empresa, a dívida de curto prazo, que representava 69,1% do endividamento, passa a a equivaler a 6,3%. A dívida de longo prazo – superior a 12 meses –, anteriormente em 30,9% do total, passa a representar 93,7% do endividamento.
No comunicado agora, o fundador e CEO do Madero, Junior Durski, disse que vai esperar uma nova janela para estrear em bolsa.
“Quando o mercado fechou, implementamos três importantes ações: capitalizamos a Companhia em R$300 milhões, obtivemos o registro de Companhia Aberta da CVM, melhorando ainda mais a nossa governança e imediatamente iniciamos o plano de reperfilamento do endividamento da companhia”, afirmou Durski.
Segundo ele, a adequação da estrutura de capital permite “esperar com tranquilidade uma nova janela no mercado para IPOs a valores alinhados com a expectativa dos acionistas”.
“Continuamos focados no nosso projeto de expansão e na geração de valor no longo prazo”, disse.
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