Bloomberg Línea — A inflação ao consumidor segue elevada e a deterioração do cenário externo, com o conflito entre a Rússia e a Ucrânia, levou a um aperto significativo das condições financeiras e aumento da incerteza em torno do cenário econômico mundial, o que justifica uma nova alta de 1 ponto da taxa Selic na reunião de maio, escreveram os membros do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central na ata da última reunião, divulgada nesta terça-feira (22).
Segundo o documento, o choque de oferta decorrente do conflito tem o potencial de exacerbar as pressões inflacionárias que já vinham se acumulando tanto em economias emergentes quanto avançadas. “Desde a última reunião, a maioria das commodities teve avanços relevantes em seus preços, em particular as energéticas”, destacam.
- “Na visão do Comitê, esses desenvolvimentos podem ter consequências de longo prazo e se traduzir em pressões inflacionárias mais prolongadas na produção global de bens”.
As autoridades também destacaram o ritmo de atividade econômica no Brasil acima do esperado no quarto trimestre de 2021, “deixando o carrego estatístico um pouco maior para 2022″.
- “Para 2022, se por um lado a elevação dos prêmios de risco e o aperto mais intenso das condições financeiras atuam desestimulando a atividade econômica, por outro, o Copom segue avaliando que o crescimento tende a ser beneficiado pelo desempenho da agropecuária, ainda que em volume menor que o projetado na última reunião, e pelo processo remanescente de normalização da economia – particularmente no setor de serviços e no mercado de trabalho”.
Com isso, a autarquia reiterou que “diante de suas projeções e do risco de desancoragem das expectativas para prazos mais longos”, é apropriado que o ciclo de aperto monetário continue avançando significativamente em território ainda mais contracionista - ou seja, uma sinalização de que o atual ciclo de alta de juros continue por mais tempo.
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