Bloomberg Línea — Se em 2018 o presidente Jair Bolsonaro (PL) se elegeu mobilizando o antipetismo, nas eleições deste ano ele terá de enfrentar um antibolsonarismo. De acordo com pesquisa BTG/FSB divulgada nesta segunda-feira (21), o presidente é hoje quem tem a maior rejeição entre os candidatos, de 59% dos eleitores. O ex-presidente Lula (PT), favorito nas pesquisas, é rejeitado por 41% e é apontado como “único em que eu votaria” por 35% dos pesquisados.
Ao mesmo tempo, 48% dos eleitores que rejeitam Bolsonaro votariam em Lula. E só 30% dos que rejeitam Lula votariam no atual presidente.
Isso se reflete no tamanho da terceira via: 11% dos que rejeitam tanto Lula quanto Bolsonaro votariam em outro candidato.
Bolsonaro também terá dificuldades de enfrentar o chamado “voto estratégico” - pessoas que usariam seus votos para evitar que determinado candidato ganhe, também chamado de “voto útil”.
De acordo com a pesquisa BTG/FSB, 64% dos eleitores que consideram usar o voto para evitar algum candidato têm como alvo Jair Bolsonaro.
E 60% dos eleitores já definiram seus candidatos e não devem mudar de ideia até outubro - a maioria deles está com Lula. Outros 24%, no entanto, disseram estar dispostos a mudar o voto para derrotar Bolsonaro.
Entre quem não declara voto em Bolsonaro, o voto estratégico é ainda mais prejudicial ao presidente: 61% dos pesquisados votariam em outro candidato para evitar que ele seja reeleito. E 36% rejeitaram essa possibilidade.
Com Lula, as cifras são invertidas: 57% não abririam mão de seus candidatos para derrotar o ex-presidente em outubro e 38% dariam voto útil num adversário.
A pesquisa BTG/FSB ouviu 2 mil pessoas por telefone entre os dias 18 e 20 de maio. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. O registro no TSE é BR-09630/2022.
Leia também
Como o Brasil conseguiu destruir sua própria indústria de fertilizantes