Bloomberg — (Bloomberg) -- Duas falas de Powell movem ativos na próxima semana depois do início do aperto monetário pelo Fed. Petróleo também segue no radar em meio ao conflito entre Rússia e Ucrânia. No Brasil, ata do Copom, fala de Campos Neto após relatório de inflação e IPCA-15 influenciam apostas sobre Selic, enquanto fluxo direciona o dólar. Petrobras e balanços são destaques corporativos.
Ata, RTI e Campos Neto
O mercado checa se a ata do Copom, na terça-feira, e o relatório de inflação, na quinta, manterão o tom dovish visto por uma parte dos analistas no comunicado, que levou a curva de juros a reduzir a precificação de Selic terminal. Após a divulgação do RTI, falarão a diretora de política econômica do BC, Fernanda Guardado, e o presidente Roberto Campos Neto. O BC sinalizou outra alta de 1pp em maio e deixou a porta aberta a aperto maior, mas ao mesmo tempo indicou que o petróleo a US$ 100 pode assegurar a inflação na meta em 2023. Com isso, alguns analistas passaram a cogitar que a taxa básica não passaria de 12,75%.
IPCA-15 e fluxo
Os juros futuros ainda poderão reagir ao IPCA-15 de março, no dia 25. A primeira pesquisa Focus após o Copom abre a agenda semanal na segunda e deve ajustar projeções para Selic e inflação. No câmbio, mercado monitora o fluxo, que segue como amparo ao real. O fluxo foi positivo em US$ 2,65 bilhões em março até o dia 11, com o superávit de US$ 3,1 bilhões na conta comercial compensando o déficit financeiro de US$ 432 milhões. Agenda ainda traz reunião do CMN no dia 24.
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Powell, Lagarde, Bailey
Próxima semana terá vários pronunciamentos de dirigentes do Fed, incluindo o presidente Jerome Powell nos dias 21 e 23. O Fomc nesta semana teve elementos hawkish, ao sinalizar altas de juros para todas as reuniões do ano, mas gerou efeito benigno nos mercados após Powell assegurar que a economia resistirá ao aperto. Agenda variada de dados destaca vendas de moradias novas, pedidos de bens duráveis e às fábricas e Sentimento de Michigan. Fora dos EUA, semana trará falas da presidente do BCE, Christine Lagarde, no dia 21, e do presidente do BOE, Andrew Bailey, dia 23, além da ata do Banco do Japão, também dia 23.
Petróleo e guerra
Alçado a item central do cenário alternativo pelo Copom, o petróleo deve ser monitorado com atenção. Após despencar de US$ 109 para US$ 95 nesta semana até quarta-feira com perspectiva de acordo no leste europeu, o barril do WTI voltou a superar os US$ 100 na quinta-feira com impasse nas negociações entre Rússia e Ucrânia. Líder chinês Xi Jinping assegurou ao presidente dos EUA, Joe Biden, que seu país não queria a guerra na Ucrânia durante uma videoconferência nesta sexta-feira. Pequim ajudou a aliviar os mercados esta semana ao sinalizar medidas para proteger a economia do efeito da pandemia e ao flexibilizar a pressão regulatória sobre setor de tecnologia. Biden participa de encontro da Otan dia 24.
Petrobras e balanços
Mercado segue monitorando posicionamento do presidente Jair Bolsonaro sobre a Petrobras, que sobe nesta sexta depois de cair nas últimas cinco sessões em meio à piora da percepção de riscos trazidos pelo aumento do combustíveis. Bolsonaro disse que não pode demitir diretores da estatal, apesar de os jornais noticiarem continuidade das pressões. A safra de balanços do último trimestre de 2021 segue com JBS, no dia 21, Copel, dia 22, e Sabesp, dia 24, entre outras companhias. O BNDES promove dia 25 leilão para privatizar a Cia. Docas do Espírito Santo, com concessão dos portos de Vitória e Barra do Riacho por 35 anos e investimentos previstos de R$ 1,3 bilhão.
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