Cinco assuntos quentes para o Brasil na próxima semana

Duas falas de Powell movem ativos na próxima semana depois do início do aperto monetário pelo Fed, além de petróleo e relatório trimestral de inflação do Banco Central

Duas falas de Powell movem ativos na próxima semana depois do início do aperto monetário pelo Fed
Por Josue Leonel
18 de Março, 2022 | 08:38 PM

Bloomberg — (Bloomberg) -- Duas falas de Powell movem ativos na próxima semana depois do início do aperto monetário pelo Fed. Petróleo também segue no radar em meio ao conflito entre Rússia e Ucrânia. No Brasil, ata do Copom, fala de Campos Neto após relatório de inflação e IPCA-15 influenciam apostas sobre Selic, enquanto fluxo direciona o dólar. Petrobras e balanços são destaques corporativos.

Ata, RTI e Campos Neto

O mercado checa se a ata do Copom, na terça-feira, e o relatório de inflação, na quinta, manterão o tom dovish visto por uma parte dos analistas no comunicado, que levou a curva de juros a reduzir a precificação de Selic terminal. Após a divulgação do RTI, falarão a diretora de política econômica do BC, Fernanda Guardado, e o presidente Roberto Campos Neto. O BC sinalizou outra alta de 1pp em maio e deixou a porta aberta a aperto maior, mas ao mesmo tempo indicou que o petróleo a US$ 100 pode assegurar a inflação na meta em 2023. Com isso, alguns analistas passaram a cogitar que a taxa básica não passaria de 12,75%.

IPCA-15 e fluxo

Os juros futuros ainda poderão reagir ao IPCA-15 de março, no dia 25. A primeira pesquisa Focus após o Copom abre a agenda semanal na segunda e deve ajustar projeções para Selic e inflação. No câmbio, mercado monitora o fluxo, que segue como amparo ao real. O fluxo foi positivo em US$ 2,65 bilhões em março até o dia 11, com o superávit de US$ 3,1 bilhões na conta comercial compensando o déficit financeiro de US$ 432 milhões. Agenda ainda traz reunião do CMN no dia 24.

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Powell, Lagarde, Bailey

Próxima semana terá vários pronunciamentos de dirigentes do Fed, incluindo o presidente Jerome Powell nos dias 21 e 23. O Fomc nesta semana teve elementos hawkish, ao sinalizar altas de juros para todas as reuniões do ano, mas gerou efeito benigno nos mercados após Powell assegurar que a economia resistirá ao aperto. Agenda variada de dados destaca vendas de moradias novas, pedidos de bens duráveis e às fábricas e Sentimento de Michigan. Fora dos EUA, semana trará falas da presidente do BCE, Christine Lagarde, no dia 21, e do presidente do BOE, Andrew Bailey, dia 23, além da ata do Banco do Japão, também dia 23.

Petróleo e guerra

Alçado a item central do cenário alternativo pelo Copom, o petróleo deve ser monitorado com atenção. Após despencar de US$ 109 para US$ 95 nesta semana até quarta-feira com perspectiva de acordo no leste europeu, o barril do WTI voltou a superar os US$ 100 na quinta-feira com impasse nas negociações entre Rússia e Ucrânia. Líder chinês Xi Jinping assegurou ao presidente dos EUA, Joe Biden, que seu país não queria a guerra na Ucrânia durante uma videoconferência nesta sexta-feira. Pequim ajudou a aliviar os mercados esta semana ao sinalizar medidas para proteger a economia do efeito da pandemia e ao flexibilizar a pressão regulatória sobre setor de tecnologia. Biden participa de encontro da Otan dia 24.

Petrobras e balanços

Mercado segue monitorando posicionamento do presidente Jair Bolsonaro sobre a Petrobras, que sobe nesta sexta depois de cair nas últimas cinco sessões em meio à piora da percepção de riscos trazidos pelo aumento do combustíveis. Bolsonaro disse que não pode demitir diretores da estatal, apesar de os jornais noticiarem continuidade das pressões. A safra de balanços do último trimestre de 2021 segue com JBS, no dia 21, Copel, dia 22, e Sabesp, dia 24, entre outras companhias. O BNDES promove dia 25 leilão para privatizar a Cia. Docas do Espírito Santo, com concessão dos portos de Vitória e Barra do Riacho por 35 anos e investimentos previstos de R$ 1,3 bilhão.

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