Bloomberg — Os mercados de ações dos EUA caíram nesta quinta após a Rússia jogar um “balde de água fria” ao negar que teve progressos significativos nas negociações de paz com a Ucrânia, aumentando as preocupações com as perspectivas de crescimento econômico conforme começa a campanha de aumento de juros mais agressiva do Federal Reserve em duas décadas.
O S&P 500 (SPX) recuou depois de registrar o maior rali de dois dias desde abril de 2020, com as visões econômicas otimistas do presidente do Fed, Jerome Powell. Os títulos se recuperaram, após um forte sell-off na quarta-feira, quando parte da curva dos Treasuries se inverteu pela primeira vez desde o início da pandemia. Esse é um indicador de apostas no enfraquecimento da atividade econômica futuro, à medida que continuam as consequências da guerra que alimentam a inflação.
Em outra sessão volátil, o petróleo subiu acima de US$ 100 o barril.
Um porta-voz do Kremlin disse que os relatos de grande progresso nas negociações com a Ucrânia estavam “errados”, acrescentando que as discussões continuarão. O presidente dos EUA, Joe Biden, falará na sexta-feira com o líder da China, Xi Jinping.
O Ministério das Finanças da Rússia disse que enviou ordens de pagamento dos juros de seus títulos em dólar ao seu banco. Até agora, os detentores de títulos europeus da dívida soberana do país não receberam nenhum sinal dos recursos, embora o crescente otimismo de que os títulos possam ser pagos esteja estimulando os preços ao longo dos vencimentos.
O comitê de investimento global do Credit Suisse Group AG (CS) elevou sua perspectiva de alocação de ações para “overweight” apenas três meses depois de cortá-la e disse que vê as ações chinesas oferecendo “potencial de alta atraente” depois de uma desvalorização recorde. O comitê elevou as perspectivas para as ações dos EUA, citando a resiliência diante dos riscos em torno da invasão da Ucrânia pela Rússia.
Se a história recente servir de guia, os investidores de ações dos EUA não devem estar muito preocupados com a decisão do Fed de iniciar o ciclo de alta de taxas. Entre junho de 2004 e junho de 2006, as autoridades do banco central aumentaram as taxas 17 vezes, com o S&P 500 (SPX) registrando ganhos de cerca de 12% no período. O período de aperto monetário 2015-2018 foi ainda mais positivo para os ativos de risco, com o índice subindo cerca de 21%.
A produção industrial dos EUA aumentou em fevereiro para o maior patamar em quatro meses, indicando um impulso mais firme em um setor manufatureiro ainda desafiado por restrições de oferta e custos mais altos. A construção de novas casas se recuperou para o ritmo mais forte desde 2006, sugerindo que os construtores tiveram maior sucesso em lidar com as restrições de material e mão de obra no mês.
Em outros mercados, o Banco da Inglaterra elevou sua principal taxa de juros pela terceira vez seguida, levando os custos dos empréstimos de volta ao nível pré-pandemia e alertando que a guerra na Ucrânia pode elevar a inflação bem acima de 8% no final deste ano. Autoridades lideradas pelo governador Andrew Bailey moderaram as perspectivas dizendo que um aperto adicional da política “pode ser” apropriado nos próximos meses – um abrandamento em relação a fevereiro, quando disseram que tal medida era “provável”.
Aqui estão alguns eventos importantes para acompanhar esta semana:
- Japão: Decisão da taxa do Banco do Japão, sexta-feira;
Alguns dos principais movimentos nos mercados:
Ações
- O índice S&P 500 (SPX) tinha baixa de 0,3% às 9h50 em Nova York (10h50 em Brasília);
- O Nasdaq 100 (NDX) recuava 0,4%;
- O índice Dow Jones Industrial Average (INDU) caía 0,1%;
- O MSCI World subia 0,5%;
Moedas
- O Bloomberg Dollar Spot Index (DXY) operava estável;
- O iene japonês (JPY) era negociado a 118,79 por dólar;
- O euro (EUR) subia 0,2% para US$ 1,1062;
Renda fixa
- O rendimento dos títulos do Tesouro de 10 anos recuava três pontos básicos para 2,16%;
- O rendimento de 10 anos da Alemanha subia dois pontos base para 0,41%;
Commodities
- O petróleo bruto West Texas Intermediate (WTI) subia 7,1% para US$ 101,82 o barril;
- O ouro subia 1,7% para US$ 1.942,10 a onça.
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