Bloomberg — Os mercados de ações subiram nesta quinta conforme os operadores pesavam as últimas notícias geopolíticas, enquanto os títulos do Tesouro subiram um dia depois que um indicador do mercado de títulos mostrou a preocupação de que a economia pudesse ceder sob o peso da campanha de aumento de juros mais agressiva do Federal Reserve em duas décadas.
As ações se recuperaram depois que a Bloomberg News informou que o JPMorgan Chase & Co. (JPM) processou fundos destinados a pagamentos de juros devidos em títulos em dólar mantidos pelo governo russo e enviou o dinheiro para o Citigroup Inc. (C).
No início do dia, as ações recuaram após Moscou colocar em dúvida o avanço das negociações de paz na Ucrânia. Os títulos se recuperaram de uma queda na quarta-feira, quando a curva do Tesouro se inverteu pela primeira vez desde o início da pandemia. Esse é um indicador de apostas em problemas econômicos futuros. O dólar caiu em relação aos pares e o petróleo chegou a US$ 100 o barril.
A capacidade da Rússia de fazer pagamentos de sua dívida está sendo observada de perto pelos mercados em todo o mundo. Tem havido preocupação com a possibilidade de os credores não receberem o dinheiro em dólares dentro do período de carência de 30 dias que começa na quinta-feira. Isso marcaria o primeiro calote em títulos em moeda estrangeira desde que os bolcheviques negaram as dívidas do czar em 1918. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que o país tem todos os recursos necessários para evitar um default.
Se a história recente servir de guia, os investidores de ações dos EUA não devem estar muito preocupados com a decisão do Fed de iniciar o ciclo de alta de taxas. Entre junho de 2004 e junho de 2006, as autoridades do banco central aumentaram as taxas 17 vezes, com o S&P 500 (SPX) registrando ganhos de cerca de 12% no período. O período de aperto monetário 2015-2018 foi ainda mais positivo para os ativos de risco, com o índice subindo cerca de 21%.
A produção industrial dos EUA aumentou em fevereiro para o maior patamar em quatro meses, indicando um impulso mais firme em um setor manufatureiro ainda desafiado por restrições de oferta e custos mais altos. A construção de novas casas se recuperou para o ritmo mais forte desde 2006, sugerindo que os construtores tiveram maior sucesso em lidar com as restrições de material e mão de obra no mês.
Em outros mercados, o Banco da Inglaterra elevou sua principal taxa de juros pela terceira vez seguida, levando os custos dos empréstimos de volta ao nível pré-pandemia e alertando que a guerra na Ucrânia pode elevar a inflação bem acima de 8% no final deste ano. Autoridades lideradas pelo governador Andrew Bailey moderaram as perspectivas dizendo que um aperto adicional da política “pode ser” apropriado nos próximos meses – um abrandamento em relação a fevereiro, quando disseram que tal medida era “provável”.
Aqui estão alguns eventos importantes para acompanhar esta semana:
- Japão: Decisão da taxa do Banco do Japão, sexta-feira;
Alguns dos principais movimentos nos mercados:
Ações
- O índice S&P 500 (SPX) tinha alta de 0,5% às 13h10 em Nova York (14h10 em Brasília);
- O Nasdaq 100 (NDX) subia 0,2%;
- O índice Dow Jones Industrial Average (INDU) subia 0,5%;
- O MSCI World subia 1,3%;
Moedas
- O Bloomberg Dollar Spot Index (DXY) recuava 0,5%;
- O iene japonês (JPY) era negociado a 118,47 por dólar;
- O euro (EUR) subia 0,7% para US$ 1,1147;
Renda fixa
- O rendimento dos títulos do Tesouro de 10 anos recuava três pontos básicos para 2,16%;
- O rendimento de 10 anos da Alemanha subia um ponto base para 0,39%;
Commodities
- O petróleo bruto West Texas Intermediate (WTI) subia 7,5% para US$ 102,17 o barril;
- O ouro subia 1,7% para US$ 1.942,60 a onça.
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