Bloomberg Línea — O aumento dos custos de produção provocado pela valorização das commodities agrícolas no mercado nacional e internacional, em especial soja e milho, está levando os produtores de ovos do país a ampliarem a fatia que as exportações têm em suas receitas. Da mesma forma que os frigoríficos de frango estão encontrando mais espaço para repassar o aumento dos custos nos itens exportados, os produtores de ovos têm seguido a mesma estratégia.
Apenas em fevereiro, o volume das exportações brasileiras de ovos cresceram 35% e superaram a marca de 2 mil toneladas embarcadas ante as 1,55 mil toneladas exportadas no mesmo período do ano passado. Os dados da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) mostram que, em receita, as vendas externas também foram positivas. No mês passado, os embarques renderam às empresas brasileiras US$ 3,16 milhões, desempenho 50,6% maior que o realizado no segundo mês de 2021, com US$ 2,099 milhões.
Veja mais: Ovo vai ganhar espaço na mesa do brasileiro em 2022
“O setor de ovos tem buscado o mercado internacional para ampliar receitas e reduzir os impactos gerados pelos custos de produção. E as investidas vem gerando ótimos resultados em mercados exigentes, o que comprova o trabalho de excelência executado pelos produtores”, avalia Ricardo Santin, presidente da ABPA.
No primeiro bimestre, as exportações de ovos totalizaram 4,411 mil toneladas, volume 38,9% maior que das 3,177 mil toneladas embarcadas entre janeiro e fevereiro de 2021. Em receita, as exportações do bimestre alcançaram US$ 6,250 milhões, número 51,4% maior que o resultado registrado em 2021, com US$ 4,128 milhões.
Veja mais: Esterco de galinha vira negócio de milhões para produtor de ovos
Principal destino das exportações de ovos do Brasil, os Emirados Árabes Unidos importaram 3,532 mil toneladas no primeiro bimestre, número 49,9% superior às 2,356 mil toneladas importadas no mesmo período do ano passado. Outros destaques foram Omã, com 273 toneladas (+0,6%), e Japão, com 100 toneladas (+13,1%).