Bolsas avançam após alta de juros e com ganho de commodities

Investidores repercutiram tom positivo do presidente do Fed sobre crescimento econômico e incentivos na China; petróleo subiu mais de 8%

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17 de Março, 2022 | 05:37 PM
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Bloomberg Línea — Impulsionado por uma sessão de recuperação das commodities, com alta do minério de ferro e do petróleo, o Ibovespa (IBOV) encerrou o pregão desta quinta-feira (17) em alta de 1,8%.

O principal índice de renda variável da Bolsa brasileira seguiu o otimismo em Wall Street, com investidores digerindo a alta de juros nos Estados Unidos e sinalizações de uma série de novos aumentos nos próximos meses.

No Brasil, os investidores também repercutiram a decisão de política monetária do Banco Central, que elevou na quarta (16) a taxa Selic em um ponto percentual, para 11,75% ao ano, e deixou as portas abertas para um novo aumento, de mesma magnitude, na próxima reunião do Copom, em maio, dada a forte pressão inflacionária.

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Com os mercados continuando a pesar as consequências da invasão da Ucrânia pela Rússia e os novos lockdowns na China, principal importador de petróleo, dado o avanço da covid-19 no país, o preço do petróleo chegou a subir mais de 8%, na primeira alta em três dias, com o barril superando o patamar dos US$ 100.

Neste cenário, empresas ligadas à commodity se beneficiaram na Bolsa. Foi o caso de Petrorio (PRIO3), que subiu 8,16%, a R$ 25,05, e 3R Petroleum (RRRP3), que avançou 4,56% na B3, a R$ 35,51.

Nomes expostos a demais commodities, como CSN (CSNA3) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4) também subiram: 7,95% e 5,51%, respectivamente.

A Petrobras (PETR3; PETR4), contudo, limitou os ganhos do índice, caindo quase 3% em meio ao temor de uma interferência do governo na estatal, perdendo carona da forte alta do petróleo.

Também recuaram na B3 os papéis de MRV (MRVE3), que caiu 4,89%, a R$ 10,11, e Yduqs (YDUQ3), com baixa de 3,6%, a R$ 15,81.

  • O Ibovespa fechou em alta de 1,77%, negociado aos 113.076 pontos;
  • O dólar à vista recuou 0,82%, negociado aos US$ 5,04;
  • Entre os contratos de juros futuros, o DI com vencimento em 2025 recuou nove pontos-base, a 12,30%;
  • Por volta das 17h15 (horário de Brasília), o Bitcoin (BTC) recuava 1,3%, aos US$ 40.725;

Cena externa

No ambiente internacional, os índices acionários fecharam mistos na Europa, enquanto as bolsas americanas ampliaram os ganhos.

Os mercados repercutiram a decisão do Federal Reserve, o banco central americano, de elevar a taxa de juros do país em 0,25 ponto percentual, para o intervalo de 0,25% a 0,50%, no primeiro aumento em quase quatro anos.

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O tom mais positivo do presidente da instituição, Jerome Powell, sobre as perspectivas de crescimento econômico em meio ao aperto monetário animou os investidores na quarta-feira (16).

Powell disse que a economia dos EUA pode resistir ao aperto do Fed, acrescentando que a probabilidade de uma recessão “não é particularmente elevada”.

  • Nos EUA, o Dow Jones subiu 1,22%, o S&P 500 avançou 1,24%, enquanto o índice da Nasdaq teve alta de 1,33%;
  • Na Europa, o índice Dax, da Alemanha, recuou 0,36%, enquanto o FTSE, do Reino Unido, teve alta de 1,28% nesta quinta;

Ainda na cena externa, o Banco da Inglaterra elevou sua principal taxa de juros pela terceira reunião consecutiva, levando os custos dos empréstimos de volta ao nível pré-pandemia e alertando que a guerra na Ucrânia pode elevar a inflação bem acima de 8% no final deste ano.

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Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.