Bolsas de NY sobem com avanço em negociações de paz entre Rússia e Ucrânia

O S&P 500 se recupera pelo segundo pregão após três dias de queda, liderado por ganhos em varejistas e ações de tecnologia

O S&P 500 se recupera pelo segundo pregão após três dias de queda, liderado por ganhos em varejistas e ações de tecnologia
Por Rita Nazareth
16 de Março, 2022 | 02:28 PM

Bloomberg — Os mercados de ações subiram nesta quarta-feira depois de informações sobre progresso nas negociações de paz entre Rússia e Ucrânia. Os títulos do Tesouro dos EUA e o dólar caíram antes da decisão de política monetária do Federal Reserve.

O S&P 500 (SPX) subiu após o Financial Times informar sobre o avanço nas negociações para encerrar a guerra. O Nasdaq 100 (NDX), referência em tecnologia, teve o melhor desempenho entre os benchmarks. O petróleo West Texas Intermediate (WTI) avançou, mas ficou abaixo de US$ 100 o barril.

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Uma postura neutra da Ucrânia, mas mantendo suas próprias forças armadas “poderia ser vista como um certo tipo de compromisso”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, na quarta-feira, alimentando o otimismo de que uma solução negociada pode ser possível. Mais cedo, a China prometeu políticas para estimular o crescimento econômico e impulsionar seus mercados financeiros.

As ações chinesas listadas nos EUA dispararam, com o Alibaba Group Holding Ltd. e o Baidu Inc. subindo até 20% nas negociações de pré-mercado, enquanto a Didi Global Inc. saltou mais de 40%. O índice Stoxx Europe 600 saltou até 2,9%, com as ações de tecnologia liderando o avanço, já que o Prosus NV se recuperou 21% de uma baixa recorde.

Um indicador de ações da Ásia-Pacífico avançou mais desde 2020, com um benchmarks que acompanha as empresas do continente listadas em Hong Kong registrando o maior ganho desde a crise financeira global e um índice de tecnologia chinês atingindo um recorde de 20%.

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“O mercado de fato se tornou supervendido, irracional, numa rota dramática; agora, o dinheiro real está de volta em busca de preços”, disse Castor Pang, chefe de pesquisa da Core Pacific Yamaichi.

O petróleo bruto West Texas Intermediate (WTI) subiu, mas ficou abaixo de US$ 100 o barril. A Agência Internacional de Energia disse na quarta-feira que a produção de petróleo da Rússia pode cair cerca de um quarto no próximo mês. Os títulos do Tesouro caíram, empurrando os rendimentos de 10 anos e 30 anos para o maior patamar desde 2019.

Um aumento de 0,25 ponto percentual na taxa do Fed, o primeiro desde 2018, para combater a alta inflação foi amplamente antecipado, mas há menos certeza além disso nos próximos passos da política monetária. Embora os mercados esperem um total de sete movimentos desse tipo este ano, os formuladores de políticas também precisam levar em consideração os riscos de crescimento decorrentes da invasão da Ucrânia pela Rússia. Os dados de quarta-feira mostraram que as vendas no varejo dos EUA desaceleraram em fevereiro, sugerindo que os consumidores estão reduzindo os gastos, já que a inflação limita o poder de compra.

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“Estaremos observando de perto o gráfico de pontos do Fed, que esperamos sinalizar cinco ou seis aumentos nas taxas de juros este ano, mais do que as projeções de dezembro, mas em linha com as expectativas do mercado”, escreveu Lauren Goodwin, estrategista de portfólio da New York Life Investments. “Um gráfico de pontos projetando mais aumentos provavelmente seria um sinal hawkish e poderia resultar em uma inversão da curva de juros.”

A Rússia iniciou o processo de pagamento de US$ 117 milhões em juros com vencimento na quarta-feira sobre títulos em dólar. O país estaria em default se não pagasse os cupons dentro de um período de carência de 30 dias, de acordo com o assessor de crédito Fitch Ratings. O rublo se fortaleceu no mercado de câmbio de Moscou.

Aqui estão alguns eventos importantes para acompanhar esta semana:

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  • EUA: Relatório de estoques de petróleo bruto da EIA, quarta-feira;
  • EUA: Decisão de taxa do FOMC e conferência de imprensa do presidente do Fed Jerome Powell, quarta-feira;
  • Reino Unido: Decisão da taxa do Banco da Inglaterra, quinta-feira;
  • Zona do euro: A presidente do BCE, Christine Lagarde, a membro do Conselho Executivo Isabel Schnabel, o membro do Conselho do BCE, Ignazio Visco, e o economista-chefe, Philip Lane, falam em uma conferência, quinta-feira;
  • Japão: Decisão da taxa do Banco do Japão, sexta-feira;

Alguns dos principais movimentos nos mercados:

Ações

  • O índice S&P 500 (SPX) tinha alta de 1,1% às 13h25 em Nova York (14h25 em Brasília);
  • O Nasdaq 100 (NDX) subia 1,7%;
  • O índice Dow Jones Industrial Average (INDU) subia 0,8%;
  • O MSCI World subia 2,4%;

Moedas

  • O Bloomberg Dollar Spot Index (DXY) caia 0,4%;
  • O iene japonês (JPY) caía 0,2% para 118,49 por dólar;
  • O euro (EUR) subia 0,5% para US$ 1,1007;

Renda fixa

  • O rendimento dos títulos do Tesouro de 10 anos subia quatro pontos básicos para 2,18%;
  • O rendimento de 10 anos da Alemanha subia sete pontos base para 0,40%;

Commodities

  • O petróleo bruto West Texas Intermediate (WTI) subia 0,7% para US$ 97,13 o barril;
  • O ouro recuava 1% para US$ 1.910 a onça.

(atualizado às 14h26 com cotações mais recentes)

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