Bloomberg Línea — Maior produtora agrícola do Brasil, a SLC (SLCE3) enxerga na pecuária de corte o caminho para diversificar sua atividade. Focada no plantio de soja, milho e algodão, a empresa gaúcha tem investido no crescimento do seu rebanho nos últimos anos e deve intensificar as apostas para os próximos. Já para 2022 a empresa pretende alcançar um número entre 34 mil e 35 mil cabeças de gado, um crescimento de aproximadamente 25% em comparação com as 28 mil cabeças que encerraram o ano passado.
No ano passado, a receita gerada a partir da comercialização de 13,28 mil cabeças de gado foi de modestos R$ 59,37 milhões. Apesar de ainda ser pequeno e representar menos de 1,5% da receita total da companhia, a expectativa é que esse cenário possa se aproximar do mesmo peso que o milho tem hoje para o grupo em termos de receita. Apesar de pequena, a receita da pecuária foi a que mais cresceu no ano passado em termos percentuais em comparação ao ano anterior.
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“Temos um potencial para chegar a 100 mil cabeças nos próximos anos, em um negócio que pode chegar a R$ 500 milhões e R$ 600 milhões por ano”, disse Aurélio Pavinato, presidente da companhia, durante a apresentação dos resultados trimestrais na tarde de hoje. Segundo o executivo, existem áreas onde o solo não é tão favorável para a agricultura e a pecuária já ocupa, mas a criação de gado por ser considerada uma espécie de terceira safra.
No ano passado, a SLC encerrou o ano com um lucro líquido de R$ 1,13 bilhão, resultado que foi duas vezes e meia maior do que o obtido em 2020. Com uma receita de R$ 4,36 bilhões, o faturamento da companhia aumentou 24,5%, enquanto seu Ebitda mais do que dobrou de tamanho e alcançou R$ 2,05 bilhão.
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Parte importante do resultado do ano passado se deve a dois grandes negócios realizadas pela companhia em 2021. O primeiro foi a incorporação das terras pertencentes à Terra Santa Agro, que deixou de produzir e passou a atuar no negócio de compra e venda de terras. Assim, suas áreas em produção foram arrendadas para a SLC por 20 anos e garantiram à empresa gaúcha uma área adicional de 145 mil hectares em Mato Grosso. O segundo foi o contrato de arrendamento fechado com a Agrícola Xingú, com uma área plantada potencial de 45 mil hectares na Bahia e em Minas Gerais e prazos, respectivamente de 15 e 10 anos.
Bastante exposta ao que acontece com os preços dos grãos e também com seus insumos, Pavinato disse que o ano de 2022 já está dado. Segundo ele, os custos da safra que está sendo colhida ficaram sob controle e as margens da companhia neste ano serão similares a 2021 ou até mesmo superiores. Mas para 2023 ainda existem incertezas. “Já compramos metade dos fertilizantes que precisamos para a safra de 2023 a preços considerados adequados, mas não sabemos quanto vamos pagar na outra metade. Tudo ainda vai depender da guerra entre Rússia e Ucrânia”, diz o executivo. Para ele, os custos do próximo plantio certamente serão maiores do que os do ano anterior, mas, a expectativa é que os preços em alta compensem esse aumento.
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Hoje, as ações da companhia terminaram o dia em queda de 2,13%, segundo a forte desvalorização dos preços da soja e do milho no mercado internacional. Contudo, nos últimos 30 dias, é uma das poucas que acumulam ganhos entre os papéis das empresas ligadas ao agronegócio.