Bloomberg — Os principais executivos de duas das maiores fabricantes de vacinas contra a covid-19 estão divididos em relação à necessidade de uma quarta dose para a maior parte da população mundial.
O presidente-executivo da Pfizer (PFE) , Albert Bourla, disse em entrevista à CBS no domingo (13) que a proteção oferecida pelas três primeiras doses diminuirá e uma quarta dose é necessária “agora”. Contudo, em uma entrevista, o presidente da Moderna (MRNA), Stephen Hoge, disse que uma segunda dose de reforço provavelmente só será necessária para pessoas idosas ou imunocomprometidas, e que o resto da população poderia ser mais seletiva quanto a receber a quarta dose, informou o Business Insider na segunda-feira (14).
Ambos concordaram que o vírus veio para ficar.
Muitos países estão se esforçando para equilibrar a vida com a presença da covid-19, lidando com um público cansado do vírus ou às vezes hesitante em relação às vacinas, e, ao mesmo tempo, tentando impedir surtos de casos graves, que correm o risco de sobrecarregar os sistemas de saúde novamente. Pesquisas sugerem que as doses de reforço ajudam a reduzir as consequências de uma infecção, embora algumas vacinas funcionem melhor do que outras na prevenção de infecções causadas pela variante ômicron.
Uma quarta dose da vacina Pfizer-BioNTech foi insuficiente para prevenir a infecção pela ômicron, embora tenha oferecido uma defesa parcial contra a cepa, segundo dados preliminares de um teste em Israel divulgado em janeiro. O país, junto com a Coreia do Sul, é um dos poucos a aplicar a quarta dose em sua população e até agora apenas para os mais vulneráveis.
Os fabricantes de vacinas também enfrentam a probabilidade do surgimento de mais variantes à medida que o vírus sofre mutações.
Bourla disse em entrevista à Bloomberg News, na semana passada, que a Pfizer enviará em breve dados aos reguladores dos Estados Unidos sobre os efeitos de uma quarta dose de sua vacina contra a covid-19, e está otimista em relação ao desenvolvimento de uma vacina que tenha como alvo a ômicron além das variantes anteriores.
A Moderna também está otimista de que um reforço bivalente, que pode atingir tanto contra a ômicron quanto contra a cepa original do vírus, possa estar disponível ainda este ano, de acordo com o relatório do Business Insider.
Embora Hoge tenha dito que pessoas jovens e saudáveis podem optar por não receber um reforço, ele mesmo pretende receber um reforço anual para protegê-lo contra os efeitos do vírus no longo prazo.
“Isso é necessário? Acho que é uma palavra forte. Acho que vai trazer um benefício para quem conseguir”, disse ele, referindo-se às doses de reforço. “Se a saúde pública continuará recomendando isso para todos ou não, aí já é mais complicado, porque nem todo mundo está querendo receber nem as duas primeiras doses.”
– Esta notícia foi traduzida por Marcelle Castro, Localization Specialist da Bloomberg Línea.
Veja mais em bloomberg.com
Leia também
Pfizer suspende testes na Rússia, mas continuará fornecendo medicamentos
Convidencia: Biomm quer produzir vacina inalável contra covid em MG