Bloomberg Línea — Os últimos anos mostraram uma consolidação do universo cripto, com o aumento exponencial de investidores, mais regulação e até alguns países adotando moedas digitais oficiais, como o caso de El Salvador no final de 2021. No entanto, no ambiente corporativo, mesmo entre quem lidera nas inovações tecnológicas, o assunto ainda não parece ter vingado.
A terceira edição do estudo State of Innovation, da Visa (VISA), que aponta para a evolução da tecnologia nas principais companhias da América Latina, mostra que apenas 8% das empresas mais inovadoras na região investiam em criptoativos entre maio e novembro do ano passado.
- Segundo a pesquisa, 34% delas indicaram estar desenvolvendo produtos cripto ou que os incluíram em seus planos estratégicos.
O estudo, conduzido pela Americas Market Intelligence (AMI), envolveu a avaliação de mais de 100 empresas da América Latina com base em cinco pilares de inovação: suporte interno para a inovação, colaboração externa, execução, uso de tecnologia e capacidade de escala.
A partir disso, as empresas participantes foram classificadas em cinco estágios de inovação (inicial, em desenvolvimento, intermediário, avançado e inovador nato/maduro), sendo que, na edição de 2022, o percentual de participantes no estágio Avançado teve a maior alta, subindo de 17% para 23% em relação a 2020.
O estudo, que incluiu entrevistas com CEOs, COOs, CTOs e fundadores de empresas, apontou ainda que o Brasil é o país com mais empresas inovadoras da América Latina, com mais de um terço das pesquisadas.
Segundo a pesquisa, no país, as companhias tendem a ter mais parcerias com startups e são mais propensas a ter um investimento direto ou parcial. Além disso, as empresas brasileiras também estão à frente em termos de tecnologia por terem um número significativamente maior de APIs (Interface de Programação de Aplicativos) e experimentarem ativamente tecnologias avançadas, como IA (Inteligência Artificial), tokenização e criptografia.
Tecnologias mais usadas na América Latina
O estudo aponta também que as companhias adotaram mais ferramentas de segurança para proteger informações sensíveis, como a biometria, que em 2021 esteve presente em 74% das empresas, sendo a autenticação facial a aplicação mais usada.
Além disso, há uma crescente descentralização dos serviços financeiros por meio de tecnologias como open banking, a ativação de tudo como um serviço (everything-as-a-service) e blockchain, com quase metade das empresas pesquisadas e 60% das mais inovadoras apontando que já estão desenvolvendo soluções de open banking.
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