Ibovespa perde os 109 mil pontos e Wall Street sobe com baixa das commodities

Mercados estão à espera da decisão de política monetária do Federal Reserve, nos EUA, e do Copom, no Brasil, na quarta-feira

Painel de cotações da B3
15 de Março, 2022 | 05:25 PM

Bloomberg Línea — Pressionado pelas commodities, o Ibovespa (IBOV), principal índice de renda variável da Bolsa brasileira, encerrou o pregão desta terça-feira (15) em queda, na contramão de Wall Street, que chegou a subir mais de 3%.

A baixa do índice foi puxada pelas blue chips Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3; PETR4), que cederam 2,87%, 1,86% (ON) e 2,42% (PN) na B3. A sessão foi de queda para o minério de ferro, com perdas de 5,2%, e para petróleo, que caiu para abaixo dos US$ 100 o barril.

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  • O petróleo tipo Brent para maio caiu 6,54%, a US$ 99,91 o barril, enquanto o WTI para abril fechou em queda de 6,38%, a US$ 96,44;

O movimento também foi de baixa para ações de papel e celulose na Bolsa brasileira, como Suzano (SUZB3), que caiu 2,11%, e Klabin (KLBN11), com baixa de 2,61%, pressionadas pelo avanço da covid-19 na China, uma das maiores potências de importação e exportação dos produtos.

“O mercado vive numa constante flutuação de humor, acentuado por momentos como o atual, de grande incerteza e que naturalmente se reflete em volatilidade. Ora o avanço das commodities acende o alerta sobre a inflação. Ora a queda das mesmas commodities trazem perdas para os papéis do segmento, que no caso brasileiro possuem grande relevância sobre o Ibovespa”, avalia Alexsandro Nishimura, economista e sócio do escritório BRA.

Destaque ainda para a queda de 8,63% das ações do Magazine Luiza (MGLU3), a R$ 4,87, após a companhia reportar dados que decepcionaram analistas no quarto trimestre de 2021. No período, a empresa teve um prejuízo de R$ 79 milhões, em meio ao impacto negativo da alta dos juros e da inflação no poder de compra dos consumidores.

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Empresas ligadas ao verejo e à tecnologia têm sido impactadas negativamente em um cenário de juros mais elevados. Os investidores aguardam pela reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, que define amanhã a taxa Selic. A expectativa, segundo economistas do mercado, é de aumento de um ponto-percentual, para 11,75% ao ano.

No lado dos ganhos no Ibovespa, a sessão foi de valorização das ações de companhias aéreas, em meio à queda no preço do petróleo: os papéis de Azul (AZUL4) subiram 6,91%, aos R$ 20,10, enquanto os de Gol (GOLL4) avançaram 3,14%, a R$ 13,45.

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Confira como fecharam os mercados nesta terça-feira (15):

  • O Ibovespa teve queda de 0,88%, aos 108.959 pontos;
  • O dólar à vista subiu 0,69%, a R$ 5,16;
  • No mercado de juros futuros, o DI com vencimento em 2023 recuou 14 pontos-base, a 13,09%, enquanto o DI para 2027 cedeu 24 pontos-base, a 12,24%;
  • Por volta das 18h15 (horário de Brasília), o Bitcoin (BTC) tinha alta de 2,05%, negociado aos US$ 39.518;

Quadro externo

No ambiente internacional, as atenções seguiram voltadas para a guerra na Ucrânia e para decisão de política monetária do Federal Reserve, o banco central americano, que indicará o rumo da taxa básica de juros no país na próxima quarta-feira (16).

Com expectativa de aumento de 0,25 ponto-percentual, investidores aguardam os dados com preocupação em meio à alta da inflação e cenário de alta para commodities, que tende a pressionar ainda mais os preços.

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Na agenda de indicadores, os dados da indústria de Nova York chegaram muito mais fracos do que o esperado, aliviando os temores de um aperto mais agressivo do Fed que poderia sufocar o crescimento econômico.

  • Na Europa, o índice FTSE, do Reino Unido, caiu 0,25%, enquanto o CAC-40, de Paris, recuou 0,23%;
  • Já nos Estados Unidos, o movimento foi de alta nos mercados: o Dow Jones subiu 1,82%, o S&P 500 avançou 2,14%, enquanto o índice da Nasdaq subiu 2,92%;

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Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.