Entenda por que seu churrasco está ficando cada vez mais caro

Disponibilidade de animais para o abate caiu pelo segundo ano consecutivo e atingiu no ano passado o nível mais baixo em 17 anos

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Bloomberg Línea — Seja no churrasco ou simplesmente para um bife com batata frita, comprar carne se transformou em uma tarefa árdua ao longo dos dois anos, que se intensificou no ano passado. E o motivo para esse cenário é bastante simples. A demanda superou a oferta. Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) mostram que o número de animais abatidos em 2021 foi o menor dos últimos 17 anos. Mais do que isso, 2021 foi o segundo ano consecutivo de queda na disponibilidade de animais para os frigoríficos.

No ano passado, foram abatidos no Brasil 27,54 milhões de animais, desempenho que representou uma queda de 7,86% em comparação aos 29,89 milhões de cabeças do ano anterior. O resultado de 2020, aliás, já havia sido 7,89% inferior às 32,45 milhões de cabeças de 2019.

“O resultado representa o segundo ano consecutivo de queda, dando sequência ao cenário de retenção de animais observado desde o início de 2020. O único mês a apresentar variação positiva no comparativo 2021/2020 foi dezembro (+39,89 mil cabeças), enquanto a queda mais intensa foi verificada em setembro (-650,79 mil cabeças), mês do início do embargo às exportações brasileiras por conta dos casos de encefalopatia espongiforme bovina (vaca louca)″, disse o IBGE em comunicado.

O abate de 2,34 milhões de cabeças a menos no ano passado foi causado por retrações em 23 das 27 unidades da federação. A queda mais expressiva foi registrada em Mato Grosso, onde o recuo foi de 633,91 mil cabeças. Apesar disso, o Estado continuou no topo do ranking nacional como o que mais abateu no ano passado, com uma participação de 16,2% do total. Os frigoríficos de Mato Grosso do Sul reduziram o abate em 433,89 mil cabeças em comparação a 2020, sendo o segundo Estado com maior queda. Na sequência aparecem Rio Grande do Sul (-299,46 mil), Paraná (-238,96 mil), São Paulo (-228,78 mil) e Minas Gerais (-74,08 mil).

Em contrapartida, o volume de animais abatidos em Goiás aumento em 176,46 mil cabeças, colocando o Estado em segundo lugar em número de abate, com 10,8% do total e seguido pelo Mato Grosso do Sul, que abateu 10,7% do número total registrado no Brasil no ano passado. Na sequência dos Estados onde a disponibilidade de animais cresceu aparecem Tocantins (+55,13 mil) e Pará (+40,90 mil).