Alívio? Petróleo em queda traz possível trégua a CEO da Petrobras

Presidente Jair Bolsonaro já ameaçou demitir Joaquim Silva e Luna da liderança da estatal, como já fez com três outros

Queda no preço do petróleo pode ter reduzido pressões imediatas por mais aumentos
Por Mariana Durao e Peter Millard
15 de Março, 2022 | 07:28 PM

Bloomberg — A queda nos preços do petróleo pode ter chegado em um momento certo para o CEO da Petrobras (PETR3) (PETR4), que está sob intensa pressão política.

O Presidente Jair Bolsonaro culpou o CEO da estatal, Joaquim Silva e Luna, pelo baque nas bombas dos postos, alimentando especulações de que ele poderia perder o emprego após um aumento de 25% nos preços do diesel na semana passada. Bolsonaro criticou a medida, dizendo publicamente que todo mundo tem possibilidade de ser trocado dentro do governo.

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O petróleo despencou para menos de US$ 100 o barril esta semana e praticamente removeu a defasagem entre o que a Petrobras cobra pelos produtos nas saídas da refinaria e os níveis de preços no exterior, possivelmente poupando Luna de qualquer pressão imediata para subir novamente os valores. Os mercados, entretanto, permanecem extremamente voláteis e qualquer alívio pode ser de curta duração.

Como uma empresa estatal em um país onde eleitores e políticos dizem que a indústria nacional de petróleo deve protegê-los das oscilações de preços internacionais, a administração da Petrobras muitas vezes é atacada quando os preços aumentam. Dois de seus três últimos presidentes foram embora ou foram demitidos em meio a disputas após reajustes de preço de combustível. Na semana passada, a Petrobras e o governo discutiram subsídios aos combustíveis, mas não chegaram a um acordo.

A diferença entre os valores do diesel no mercado doméstico e os preços internacionais caiu para 2%, ante 40% em 9 de março – um dia antes do reajuste doméstico ser anunciado – e 9% em 11 de março, após a entrada dos novos valores vigentes, segundo a Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom). A entidade criticou a Petrobras por vender com desconto e prejudicar outros importadores. A diferença para a gasolina caiu para 6%, disse.

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