Bloomberg — O Congresso do Peru aprovou nesta segunda-feira (14) o início do processo de impeachment contra o presidente Pedro Castillo, nesta que é a segunda tentativa de tirá-lo do cargo em apenas quatro meses.
A moção foi apresentada na última terça-feira pelo parlamentar da oposição Jorge Montoya e foi aprovada por 76 votos, não muito longe do número necessário para de fato executar o impeachment de um presidente.
Castillo se defenderá perante o Congresso ou enviará seu advogado para fazê-lo, em 28 de março. Pelo menos 87 dos 130 parlamentares precisariam votar para retirá-lo do cargo, sob a alegação de incapacidade moral permanente.
Com o início do processo de impeachment, a moeda peruana enfraqueceu 0,75%, o terceiro pior desempenho entre as moedas dos mercados emergentes. O destino de Castillo dependerá de ele enfrentar novas acusações de irregularidades e de sua capacidade de se defender, disse Alexandra Ames, analista política da Universidad del Pacifico, em Lima.
“Os números são apertados, mas a matemática ainda está a favor de Castillo”, disse Ames em entrevista. “A atmosfera não esquentou o suficiente dentro do Congresso para que o impeachment prospere.”
O processo para expulsar Castillo de seu caego veio depois que Karelim Lopez, uma empresária sob investigação por suposta lavagem de dinheiro, expressou vontade de cooperar com os promotores. Seu advogado disse à mídia local que Lopez revelou informações sobre pessoas próximas a Castillo envolvidas em irregularidades no processo de licitação para um contrato para construir uma ponte.
Castillo nega as acusações e diz que elas têm motivação política.
Castillo assumiu o cargo em julho de 2021 e em dezembro sobreviveu a uma primeira tentativa de impeachment. As leis do Peru tornam relativamente fácil destituir um chefe de Estado. O ex-presidente Martin Vizcarra sofreu impeachment em 2020, e quase todos os presidentes da história recente sofreram impeachment, foram presos ou procurados em investigações criminais.
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