Bloomberg — Assim que a Rússia invadiu a Ucrânia, Jennifer Stockman apostou contra os agressores.
Stockman, que trabalha na captação de dinheiro para uma organização de saúde, comprou opções de venda de um fundo vinculado à Rússia, usando suas contas pessoais na Fidelity Investments e na TD Ameritrade, uma divisão da Charles Schwab.
A aposta parecia acertada. O país sofreu sanções paralisantes e o rublo despencou, assim como ETFs vinculados a títulos russos. Mas o mercado de ações da Rússia e os títulos que rastreiam ativos russos foram congelados e Stockman não pode embolsar seus ganhos.
Em ambas as contas, ela ficou impedida de exercer seus contratos de venda no ETF VanEck Russia. Alguns contratos devem expirar já na sexta-feira (18). Somadas, as opções de venda valiam cerca de US$ 6 mil quando o trading do fundo foi interrompido.
“Eu não sou de Wall Street, sou uma pessoa normal, então é muito dinheiro para mim”, disse Stockman, que tem 38 anos e mora na Flórida. “É ainda mais frustrante porque foi uma boa aposta, uma boa posição, e eu sei que estava certa.”
Ela está entre incontáveis investidores de opções que acertaram ao apostar contra títulos russos, mas podem ficar sem valor algum.
A porta-voz Margaret Farrell afirmou que a Schwab está “envidando todos os esforços para ser o mais flexível possível ao permitir que os clientes reduzam sua exposição ao risco, continuando a permitir que os clientes exerçam opções consistentes com nossas políticas”. Ela se recusou a comentar o caso de Stockman.
Susan Coburn, porta-voz da Fidelity, se recusou a comentar.
Estão em jogo aproximadamente US$ 370 milhões. É esse o valor pendente em todas as opções de venda que vencem este ano para um grupo de instrumentos financeiros vinculados à Rússia que inclui VanEck Russia ETF, Direxion Daily Russia Bull 2X Shares, Yandex NV (YNDX), Qiwi (QIWI), Ozon Holdings (OZON), Mobile TeleSystems e Mechel, segundo dados compilados pela Bloomberg.
Agora as corretoras tentam entender como podem responder. Os contratos de opções de investidores pessoa física como Stockman permitem que vendam ativos vinculados à Rússia. Mas como as negociações nos Estados Unidos foram paralisadas e a bolsa de Moscou está fechada, não está claro se será possível exercer os contratos.
As corretoras receberam uma enxurrada de reclamações de clientes.
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