Gol volta a voar para Flórida em maio apenas com partida de Brasília

Dona de um prejuízo de R$ 682,1 milhões no 4º trimestre, companhia aérea planeja ter voos diários para os EUA a partir de julho

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São Paulo — A Gol volta a voar para os EUA em maio deste ano com quatro frequências semanais partindo do aeroporto de Brasília, um dos seus hubs, para a Flórida (Miami e Orlando), confirmou o presidente da companhia aérea, Paulo Kakinoff, nesta segunda-feira (14), durante teleconferência com analistas e jornalistas. A programação prevê que, a partir de julho, os voos serão diários.

Em novembro passado, antes da onda da variante ômicron, que inibiu o movimento de recuperação do setor de viagens, a empresa já havia anunciado o retorno de suas operações para os EUA, a partir de 13 de maio (Orlando) e 17 de maio (Miami). Desde novembro de 2018, a Gol contempla os dois destinos em sua malha aérea internacional, que foi suspensa em março de 2020 em razão da pandemia da covid.

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A Gol ainda não forneceu datas exatas para o retorno à Flórida também a partir de Manaus e Fortaleza. Os voos para Orlando (13/05/22) decolam às 9h50 da capital federal e aterrissam na Flórida às 17h10, às segundas, quartas, sextas e sábados, mesmos dias da volta, que se dá às 22h45, com pouso às 7h35 no Brasil.

Para Miami (17/05/22), a partida acontece às 10h e a chegada na cidade americana, às 16h45, sempre às terças, quintas, sábados e domingos. Já o retorno, nos mesmos dias da semana, é às 21h30, com pouso às 6h20 em Brasília.

As rotas internacionais da Gol começaram a ser retomadas em novembro com Montevidéu, no Uruguai, Cancún, no México, e Punta Cana, na República Dominicana, aproveitando o avanço da vacinação no País e às melhorias das condições favoráveis nos destinos atendidos, como a abertura de fronteiras, a necessidade ou não de quarentena, um maior controle da pandemia e a volta segura das atividades turísticas.

Prejuízo

Nesta segunda-feira, a companhia divulgou seu resultado financeiro do quarto trimestre. Houve um prejuízo de R$ 682,1 milhões entre setembro e dezembro. A Gol informou que fechou 2021 com uma liquidez de R$3,7 bilhões. Após o refinanciamento de R$1,2 bilhão de dívidas de curto prazo, anunciado em outubro passado, a companhia encerrou o ano com R$635 milhões de dívida de curto prazo, o menor nível em quatro anos.

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“A Gol não possui amortizações significativas de dívidas nos próximos 12 meses, e tem financiamentos de longo prazo suficientes para a aquisição de novas aeronaves 737 MAX, parte relevante do plano de transformação de frota”, destacou a empresa em comunicado.

“Embora tenhamos passado por mais um ano desafiador, fomos capazes de honrar totalmente nossos compromissos com o mercado global de capitais e amortizar R$ 525 milhões em obrigações de arrendamentos com os lessores, um montante 91,4% superior ao volume do 4T20, alcançando a menor alavancagem entre os nossos pares na indústria, e nossos fornecedores tem continuado a trabalhar construtivamente nesse período de dois anos de liquidez significativamente reduzida”, disse o CFO da Gol, Richard Lark.

Smiles

O faturamento bruto da Smiles, seu programa de milhagem, atingiu R$ 843 milhões no quarto trimestre, um crescimento de 52,3% em um ano.Os benefícios econômicos oriundos da reincorporação da Smiles, estimados em R$ 5 bilhões ao longo dos próximos 10 anos já estão sendo capturados, segundo a companhia. Isso inclui a gestão unificada e dinâmica dos yields e do inventário.

“A gestão integrada de receitas aumentou os volumes de resgates da Smiles. Desde que realinhamos a gestão de inventário no final de junho, a tarifa média dos resgates de nossos clientes cresceu. Isso melhorou a margem de resgate em cerca de 15% e as margens consolidadas da Gol em cerca de 200 pontos base”, comentou Carla Fonseca, vice-presidente da Smiles.

Frota

A Gol também destacou que está acelerando sua transição para o 737-MAX, que representará 30% da sua frota total até o final de 2022. A companhia lembrou ter fechado uma operação de até US$ 600 milhões para financiar 100% da aquisição de 12 novas aeronaves 737 MAX 8 (10 arrendamentos financeiros e dois sale-leasebacks), e para gerar linhas de créditos adicionais para sustentar a devolução das aeronaves 737 NGs.

Como resultado dessa aceleração, a Gol revisou sua previsão dos custos associados à devolução de seus 737-NGs. Considerando as condições e projeções atuais, a Gol registrou uma provisão não recorrente e sem efeito caixa de R$ 1,6 bilhão no resultado do trimestre, referente às devoluções contratuais de 737 NGs que ocorrerão até 2026.

“A companhia obterá uma redução na idade média de sua frota em mais de três anos e uma diminuição de aproximadamente 8% nos seus custos unitários. Como efeito desta aceleração na modernização da frota atual, a Gol necessitará de poucas extensões contratuais, terá maior previsibilidade na execução de seu cronograma de devoluções de aeronaves 737 NGs, e obterá redução gradual nas despesas de manutenção nos próximos anos”, informou.

Mendoza

A Gol também confirmou hoje que a rota Guarulhos (GRU)-Mendoza (MDZ) volta a contemplar os clientes brasileiros, argentinos e de outras origens a partir de próximo dia 11 de junho. São voos diretos com três frequências semanais de ida e volta à cidade da Argentina, famosa por suas montanhas e vinícolas, aos pés do Aconcágua.

O voo G3 7486 decola em Guarulhos às 10h35, pousando em Mendoza às 14h35. Já o voo G3 7487 sai da cidade argentina às 15h20 e aterrissa no Brasil às 18h50, sempre às terças, quintas e sábados, tanto a ida quanto a volta. A rota será operada pela Gol com a aeronave de última geração Boeing 737-800, que, em configuração internacional, tem capacidade para 176 passageiros.

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