Bloomberg — A Meta Platforms (FB) se posicionou como grande defensora do futuro do metaverso, mas um veterano da indústria de games duvida da visão de Mark Zuckerberg.
Assim como a tecnologia em nuvem há cinco anos e a internet há vinte, todas as empresas agora estão tentando se agarrar ao metaverso, disse Reggie Fils-Aime, que já foi diretor operacional da Nintendo of America. Para ele, não será a Meta Platforms, dona do Facebook, que vai impulsionar o futuro digital, mas sim empresas menores que estão inovando de verdade. O veterano acrescenta que companhias como a Epic Games estão fazendo coisas “realmente interessantes”.
“O Facebook em si não é uma empresa inovadora”, disse Fils-Aime durante o evento South by Southwest em Austin, Texas. “Eles adquiriram coisas interessantes, como o Oculus e o Instagram, ou seguiram rapidamente as ideias de outros. Eu não acho que a definição atual deles será bem-sucedida.”
Um representante da Meta não quis comentar.
A ascensão de empresas menores e inovadoras — que atualmente buscam fundos em rodadas de financiamento ou seed — sugere mais consolidação no setor no futuro. Fils-Aime citou aquisições bem-sucedidas, como a compra da Zynga pela Take-Two Interactive Software, e considera a aquisição da Activision Blizzard (ATVI) pela Microsoft (MSFT) “uma compra fantástica”.
Fils-Aime é filho de haitianos que fugiram do regime de Jean-Claude Duvalier (conhecido como Baby Doc) e se mudaram para Nova York. Em seu novo livro “From the Bronx to the Top of Nintendo”, ele fala sobre sua educação e o caminho que o levou ao alto escalão da companhia japonesa.
Como executivo negro, ele criticou a indústria de games pela falta de agilidade para enfrentar desafios de diversidade.
“Esta é uma indústria global que atinge 3 bilhões de pessoas em todo o mundo, é um negócio de US$ 200 bilhões”, disse Fils-Aime. “A representação nos games e na liderança não está nem perto de onde deveria estar.”
Fils-Aime ingressou na GameStop em 2020 e ficou no conselho por um ano. Segundo ele, a direção, comandada por Ryan Cohen, rejeitou suas ideias. Na época, ele acreditava que a companhia poderia ter sucesso migrando para o e-commerce, que agradaria sua base de clientes.
“Não havia uma estratégia articulada. A liderança afirmava que não queria articular nossa estratégia para que não fosse roubada”, disse ele. “Para mim, isso não era aceitável.” Fils-Aime não é mais acionista da GameStop.
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